25 janeiro, 2009

Recta final

Entrámos na contagem decrescente.
À medida que os prazos para a entrega dos objectivos individuais (OIs) se vão esgotando a intranquilidade vai crescendo.
Muitos dos que desde sempre estiveram contra este modelo de avaliação foram, a pouco e pouco, sendo convencidos pela “bondade” das sucessivas recauchutagens que se foram operando. Se no início a coisa “doía”, agora com a versão simplex a sensação que fica é que já não “dói” nada. Basta entregar um papelinho (desejavelmente um A4) com meia dúzia de objectivos (se forem mais têm que ser justificados!)… e pronto! Está garantido o direito à contagem do tempo de serviço e, consequentemente, à classificação de BOM.
Chegados a esta fase cada qual interroga o amigo, o colega: então vais entregar? A resposta de uns escuda-se na reposta dos outros.

Quantos vão entregar os OIs?
O presidente do CE irá estabelecer os OIs para aqueles que os não entregarem?
Quantos vão concorrer às menções de Muito Bom ou de Excelente?
Quem é mais favorecido em cada um dos cenários?

Tudo depende dos números, é claro. Se numa dada escola/agrupamento todos entregarem os OIs, mas ninguém se candidatar àquelas duas menções ninguém é beneficiado ou prejudicado por isso. Todos estão no mesmo pé de igualdade e em condições de obterem o Bom.
Do mesmo modo, a situação mantém-se, se forem só alguns a entregar os OIs. Não é por uns entregarem e outros não que aqueles benificiam da ausência destes.
Por outro lado, quanto menor for o número de candidatos àquelas duas menções mais hipóteses terão os poucos que se candidatarem de as alcançar. Assim, se um pequeno número de colegas concorrer àquelas duas menções mais fácil será, para cada um deles, conseguir uma das menções.
Por outro lado, se um grande número de colegas concorrer àquelas duas menções mais difícil será, para cada um deles, conseguir alcançá-las.
Em suma, aquilo que alguns conseguem é feito, em parte, à custa do número de colegas que estão (ou não estão) na mesma situação. Ou seja, uns beneficiam, naturalmente, da ausência dos outros. Poder-se-á falar em oportunismo? Em imoralidade?

A que é que se deve esta ausência? Teimosia, casmurrice, partidarismo, antes quebrar que torcer, coerência, integridade e dignidade são conceitos que traduzem realidades e razões de ser diversas. Cada qual sabe das suas.

Interrogação final: como é possível credibilizar um modelo que supostamente vai avaliar um docente durante dois anos e que, na prática, diz respeito a somente 4 meses e meio (Fevereiro a Junho)?

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