19 janeiro, 2009

Hoje é o primeiro dia




O título deste post retoma a melodiosa canção de Sérgio Godinho, que sempre serviu de mote para muitas causas, momentos e sentimentos.
Um nó górdio será hoje desfeito. Para o bem ou para o mal, consoante o ponto de vista em que nos colocarmos, é claro.
No dia em que a guerra dos números vai ser um dos pomos da discórdia (e desta vez até é um dos cernes da questão, já que o outro ocorrerá com a entrega dos OIs), retomo (parte) do editorial do DN de hoje, subordinado ao tema:

A primeira avaliação da guerra da avaliação


Hoje pode ser o dia D para a luta dos professores portugueses contra a avaliação. Depois dos recuos do ministério - que se recusa a falar em recuos - e da promulgação do regime simplifcado pelo Presidente da República, o movimento ficou sem grande margem de manobra. Foi, também ele, recuando para os redutos mais radicais da luta. E é essa radicalização que hoje será avaliada.

É óbivo que o ambiente e a opinião pública já mudaram - se é que alguma vez estiveram do lado dos que não pretendem nenhum tipo de avaliação. Resta agora perceber que efeitos que isso teve nos próprios professores - são 140 mil ao todo, e desses muitos há que precisam da avaliação deste ano para subirem de escalão, outros haverá que estão cansados (económica e psicologicamente) desta luta tão comprida.

Em todo o caso, até ao final do ano, que é como quem diz até ao final da legislatura e eleições, haverá dois números-chave para a ministra da Educação e para todo este processo. Um será a adesão da greve de hoje. Aqui, os sindicatos levam uma certa desvantagem analítica, porque este estará sempre em comparação com o estrondoso número da greve de Dezembro. O outro número é mais real: será no final deste mês quando se souber quantos professores entregaram os objectivos individuais para serem avaliados.

Esta equação permitir-nos-á avaliar, com toda a certeza, quantos professores já estão contentes com o modelo simplificado, quantos querem de facto ser avaliados. E no final se perceberá quam ganhou esta guerra. Se os professores ou o ministério. Ou ainda, e mais importante, os alunos.

(...)


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