Segundo consta, os representantes dos sindicatos andam pelas escolas a “ouvir” os professores. Porém, nesta fase do campeonato, parece que já não há muita paciência para nos ouvirmos uns aos outros. As posições estão tomadas: de um dos lados da barricada os que entregaram Ois e do outros os resistentes.
Assim, nas contas finais, e para suportar as decisões que irão ser tomadas, não se saberá bem quem ouviu quem e em que número. Que representatividade terá pois esta auscultação? Ela não será um mero pretexto para legitimar o que já está previamente decidido, criando-se a ilusão de que se "ouviram as bases"?
Todos sabemos, por experiência própria, que Novembro de 2008 nunca mais voltará a repetir-se, assim como Janeiro de 2009. O balão que se encheu tem vindo a esvaziar-se progressivamente. Nunca mais ver ser possível atingir os mesmos níveis de mobilização e de unidade.
Por isso, a questão que se deve colocar é esta: vale a pena encetar formas de luta (manifestações ou greves) se a perspectiva é a de um grande fiasco, face à clivagem actualmente existente?
Como sabemos houve muita gente que se vendeu por um prato de lentilhas. Como sabemos, os resistentes não foram tantos quantos todos nós gostaríamos que tivessem sido. Como sabemos, os mártires já não são da nossa era. Como sabemos, o pior cego é aquele não quer ver.
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