Houve, no tempo devido, oportunidade para o Ministério da Educação sair de face lavada deste imbróglio da avaliação dos professores. Agora é demasiado tarde. Por mais que tente. A teimosia e a falta de visão política levou a um extremar de posições e à separação das águas. O Ministério conduziu este processo de modo tão desastroso que até conseguiu pôr contra ele aqueles que até determinado momento estiveram do seu lado.
A recauchutagem que agora se quer fazer vem demonstrar que o que estava não serve, que não é exequível, por mais malabarismos que se façam. E, se não serve, não vale a pena estar a remendar o que não presta.
Urge (re)construir algo de novo. Partindo do princípio que a grande maioria dos docentes são bons profissionais, e que, portanto, ainda vale a pena melhorar o que já é bom; eventualmente, dar a mão a alguns (talvez não muitos) que dela necessitam; outros (seguramente uma ínfima minoria) terão de ficar pelo caminho.
Mas a pedra de toque aqui é ao serviço de que é que a avaliação está. Ou seja, avaliar para quê? Não é possível misturar modelos de avaliação que visam objectivos tão díspares como a prestação de conta ou a promoção na carreira docente procurando conjugar isso com o desenvolvimento profissional. Não é possível. Os métodos são distintos, assim como os critérios.
Urge, dizíamos, (re)construir algo de novo. De cariz mais formativo e menos sumativo; mais espaçado no tempo; que tenha em conta a (in)experiência profissional de cada um; mais ligado ao trabalho de equipa e de pares; que não aposte em mecanismos burocráticos e de controle; mais ligado ao reconhecimento do mérito e à, eventual, despistagem da incompetência.
Sem comentários:
Enviar um comentário