12 dezembro, 2004

O verdadeiro artista

08 dezembro, 2004

Umbigos

Uma leitura amena e propícia para o dia de hoje, 8 de Dezembro, sobre Umbigos e "piercings". Por Eduardo Prado Coelho no Público. De hoje.

03 dezembro, 2004

Where?

Pinto da Costa

01 dezembro, 2004

Prenda de Natal

O pontapé que Sampaio deu no berço e no bebé foi de tal maneira que levou à dissolução da Assembleia da República. Mas foi a melhor prenda de Natal que nos podia dar!
É a grande oportunidade para nos vermos livres do Pedro e do Paulo.

30 novembro, 2004

Miopia

Jerónimo de Sousa foi "eleito" secretário-geral do PCP. No encerramento do Congresso criticou o governo, Sampaio e o PS. Quando já não se consegue olhar para o próprio umbigo é muito mau sinal. Mas há já muito que o PCP se desabituou de olhar sobre si próprio. Assim, a escolha de JS é mais um passo na senda da autofagia.
Há partidos que têm aquilo que merecem!

29 novembro, 2004

Metáforas

Pedro Santana Lopes comparou o seu Governo a um bebé numa incubadora. Um bebé que precisa de ser acarinhado, mas a quem os irmãos mais velhos dão "uns estalos e uns pontapés" (sic).
Há aqui um equívoco. É que não se trata de um bebé mas de um nado-morto, isto é, de um aborto.

Henrique Chaves, ao demitir-se, acusou PSL de "falta de lealdade e de verdade" (sic). Quem diria? Tão amigos que eles eram... Lá foi mais um estalo (ou um pontapé?) no bebé, perdão, no aborto.

27 novembro, 2004

O regresso de Cavaco

Cavaco Silva no Expresso de hoje:
"É chegado o momento de difundir na sociedade portuguesa um grito de alarme sobre a tendência para a degradação da qualidade dos agentes políticos (...) Por interesse próprio e por dever patriótico cabe às elites profissionais contribuírem para que na vida partidária portuguesa os políticos competentes possam afastar os incompetentes».
Está aqui anunciado o regresso do cavaquismo. Os santanistas que se cuidem, pois é para eles o recado.

26 novembro, 2004

Falam, falam, falam...claro que fico chateado!

Isto o que aconteceu foi muito simples!
O que aconteceu foi que eu estava em Belém na inauguração da maior árvore de Natal da Europa, sim repito da Europa, porque nós quando fazemos as coisas é em grande, e virei-me para um turista que lá estava e disse-lhe:
- Lá na tua terra não tens disto pois não? A maior da Europa, a MAIOR!
E o gajo vem com uma conversa do género: Não sei quê, no meu país preferimos gastar dinheiro em outras coisas, por exemplo a evitar que rebentem condutas de água, que levam ao abatimento do solo, e dessa forma prejudiquem milhares de pessoas...mais não sei que mais e o camandro!
E eu, que até sou um gajo que é pá, tenho uma facilidade na exposição de argumentos, não me fiquei e disse-lhe logo:
- A maior da Europa! Toma! Embrulha!
E o gajo começa a falar que não sei quê, lá no país dele quando começa a chover as zonas ribeirinhas não ficam inundadas, e que talvez fosse melhor que, em vez da árvore, o dinheiro fosse canalizado para evitar essas situações.
Eu comecei a enervar-me e disse-lhe logo:
- Mau, tu queres ver que nos temos que chatear! Eu estou aqui a expor argumentos que é pá sim senhor, e tu vens com essa conversa de não sei quê.
Eu nem quero começar a falar na feijoada em cima da ponte, nem no desfile de "pais natais", porque senão nem sabias onde te meteres pá.
O gajo começa a falar de uma coisa qualquer, tipo túneis que são construídos e ficam a meio, e não sei que mais, e eu virei logo costas.
Porque quando eu vejo estes gajos que não conseguem aceitar a superioridade de um país sobre o outro, e ainda falam, falam, falam, e não dizem nada de jeito, eu fico chateado, claro que fico chateado!!
Pois é !!!

24 novembro, 2004

Trapalhadas

Pelos vistos o governo acabou por descobrir que a pergunta para o referendo não é boa. Grande descoberta! Mas agora já é capaz de ser um bocado tarde, não?

A mini remodelação que hoje se deu ficou mais do que mini pois dois secretários de estado não tomaram posse porque não foram avisados a tempo...
Morais Sarmento e Rui G Silva foram os contemplados na dança das cadeiras, para que este ficasse mais "protegido", como disse PSL. Há aqui um equívoco: nós é que precisávamos de ficar protegidos dele.

22 novembro, 2004

A pergunta ou o insulto?

SE NÃO PERCEBES A PERGUNTA, VOTA NÃO.
Pacheco Pereira, no Abrupto.
Quem manda na RTP?

A propósito da nomeação da correspondente em Madrid, Almerindo Marques afirmou hoje que há coisas que só diz à porta fechada. Mas o que já disse com a porta aberta é suficientemente esclarecedor: Não é ele que manda na RTP, mas alguém, que está algures, e a quem tem que se fazer a vontade, para evitar "sarilhos". Porque senão há quedas. E grandes, pelos vistos. Para já caiu a Direcção de Informação, enquanto não cai o Carmo e a Trindade. Qua vai cair. Não haja dúvidas.

20 novembro, 2004

CRETINICE!
«Concorda com a Carta dos Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes da Constituição para a Europa?»
Isto é pergunta que se faça a alguém?
Estão a tratar-nos como imbecis. E, por isso, merecem uma imensa abstenção.


We Don't Live Here Anymore

“Desencontros” centra-se na vida de dois casais amigos e no adultério que mutuamente os vai alimentando e consumindo.

Há aqui uma mão cheia de argumentos e perspectivas: amor, sexo, romance, dúvidas, adultério, tristeza, solidão, obsessão, infidelidade. Há níveis e modos diferentes de estar. Aparentemente, parece que ninguém está com quem está, ou que não se está bem com quem se está. É a imagem do outro ou da outra, consoante o caso, que (pre)domina. Aparentemente, também, parece que os casais estão trocados, e que uma simples troca resolveria a questão. Mas, em questões deste género, não se vai lá com simples trocas. O que não se tem, o que é "proibido", contém sempre uma dose de sedução a que não é fácil resistir. E que é suficiente para alimentar a chama. Para manter a tensão e o desejo.

Mas, como se diz em determinado momento, “Até no adultério são preciso regras”.

A não perder, no Alvaláxia.

17 novembro, 2004

Deslocalização

Ainda não deu para perceber se é o Pedro (santana Lopes), se é o Paulo (Portas), se são ambos, se são outros ou se são todos. O certo é que a moda pegou e agora, semanalmente, temos o conselho de ministros deslocalizado. Depois de estar farto de terra, esta semana aviou-se no mar, mais presisamente na Sagres.
Na próxima será no ar, a bordo de um Lockheed c-130, ou no fundo das minas da Panasqueira?
Seria bom sabermos quanto é que custam ao erário público estas bizantinices, não era?

Masuda

É um artigo de Joaquim Fidalgo sobre uma afegã, pediatra, de seu nome Masuda Jalal, concorrente às recentes eleições presidenciais, no Afeganistão. Perdeu, é claro. Mas há vencidos que merecem ser soberanamente referidos e nomeados.

15 novembro, 2004

Sintomas

Nos States há uma onda de demissões, cuja face mais visível é Colin Powell.
Por cá foi toda a Direcção de Informação da RTP1 que se demitiu.
As demissões na América não nos incomodam muito. Mas são o sinal de que os ratos estão a abandonar o navio.
Por cá o que se sucedeu na RTP é um mau pronúncio.
O que é que se passa? A queda da folha do Outono ou o verão de S. Martinho?

14 novembro, 2004

Citações das excitações

O Congresso do PPD/PSD tem sido uma monotonia. Mas há algumas, muitas poucas, excepções. Que se traduzem em verdadeiras excitações:
Virgínia Estorninho: pediu a Santana Lopes para pôr "ordem na Educação" já que "a senhora que lá está não tem jeito".
Marques Mendes: "Não podemos ler ao fim-de-semana que temos uma coligação para os próximos dez anos e depois, durante a semana, ler que, afinal, vamos ter listas separadas. São os equívocos que fazem mal. Como tal, e como esta não é uma coligação eleitoral, considero que, terminada a legislatura, é obrigatório que o PSD concorra sozinho às eleições legislativas de 2006".

O pretexto

Nos último anos Bush, Ariel Sharon e os israelitas escudaram-se sempre em Arafat para adiarem a resolução do problema palestiniano. Também sabemos que Arafat não está isento de culpas. Mas agora, que ele está morto, acabaram-se as desculpas.

13 novembro, 2004

O novo galo de Barcelos

Neste fim-de-semana, em Barcelos, o congresso do PSD, perdão, do PPD/PSD vai eleger, com 100% dos votos, por unanimidade e aclamação, Santana Lopes. Vai uma aposta?
A partir daqui é que o homem se vai sentir legitimado para cantar de galo.

EMEL


Notícia publicada no Automotor:
"Enquanto os jornais falam numa eventual privatização da EMEL, a AutoMotor soube que esta nunca existiu aos olhos da lei. E que falha numa crucial premissa da constituição de uma empresa: a escritura pública! Revelamos, em primeira mão, o nascimento de um processo judicial que promete ressarcir os milhares de utentes indevidamente cobrados durante mais de uma década".

11 novembro, 2004

Os 13 mandamentos do século XXI

1 - O amor eterno chega a durar seis meses...

2 - Não entres no mundo das drogas. Somos muitos e há pouca.

3 - Ter a consciência limpa é sinal de má memória. Toma suplementos.

4 - No casamento, vale mais enganar que ser enganado...

5 - Os honestos são simples inadaptados sociais.

6 - O que luta contra a corrente pode morrer electrocutado.

7 - O último a rir não percebeu a anedota.

8 - A escravatura não foi abolida. Passou a oito horas por dia. Ou mais...

9 - Se a montanha vem até ti, foge. Trata-se de um desmoronamento.

10 - Se não atropelares o tipo da frente, serás atropelado pelo tipo de trás.

11 - Não tomes a vida muito a sério, não sairás vivo dela.

12 - A piada não é ganhar mas fazer o outro perder.

13 - Príncipe Encantado só há um e está na cama com a Cinderela.


Arafat

Há já alguns dias que os mass media o tinham morto. Mas Arafat impôs, uma vez mais e pela última vez, a sua determinação e só hoje é que lhes deu razão, falecendo.
Idolatrado por uns, odiado por outros, foi, necessariamente, uma figura polémica.
Quando, há dez anos, lhe foi atribuído o Nobel da Paz, mais de meio mundo ficou espantado.
Lutou, durante toda a vida, e juntamente com o seu povo - nem sempre usando os meios mais ortodoxos! - por um sonho: queria uma pátria, um país, um pedaço de terra. Tornou-se num símbolo, numa bandeira.
Acabou por morrer longe do seu berço, num país estranho.
Paz ao seu espírito. Solidariedade à sua causa.

10 novembro, 2004

Missiva

Esta chegou-me por e-mail, e não resisti a postá-la.

Sua Excelência Primeiro-ministro de Portugal

Sua Excelência Ministra da Educação de Portugal

Como certamente é do Vosso conhecimento, às 3H30 (três horas e trinta minutos) da madrugada do dia 21 (vinte e um ) de Setembro deste ano de 2004 (dois mil e quatro), saiu uma lista de colocação de professores. Dessa lista constava o meu nome e a colocação que me foi atribuída, sendo eu colocado na escola de código 344862, código esse referente à escola EB 2,3 de Castro Marim. Vossas Excelências decerto compreenderão a extrema alegria que para mim significou essa colocação, pelo que foi com grande pesar que tomei conhecimento que, às 4H15 (quatro horas e quinze minutos) da mesma madrugada, a referida lista havia sido retirada e substituída por uma curta declaração que dava como inválido todo o processo que conduziu à sua publicação.
Dado que, ao contrário do que é continuamente afirmado pelos membros do Vosso Governo, a vida está verdadeiramente difícil, dado que não pertenço às centenas de pessoas que foram por Vós nomeadas para cargos na função pública e dado o facto de não acreditar que venha a beneficiar de uma reforma milionária como o Vosso companheiro do PSD Mira Amaral (apesar de ter sete anos de serviço ao contrário dos dois anos que ele prestou na CGD), venho por este meio solicitar que me seja pago o salário correspondente aos 45 ( quarenta e cinco ) minutos em que estive colocado na escola EB 2,3 de Castro Marim pois esse dinheiro bem falta me faz.
Mais acrescento que, se houver algum problema com o programa informático responsável pelo processamento dos vencimentos, manifesto a minha disponibilidade para me deslocar ao Ministério das Finanças para que possa receber manualmente o que me é devido.

Muito Respeitosamente

Um Professor do 11º Grupo B

PS - Dado o facto de ter usado nesta missiva palavras ou expressões cujo significado vos possa ser estranho, elaborei um glossário que segue em anexo a esta carta. Desse glossário constam as palavras em Itálico.

Glossário

11º Grupo B - Grupo disciplinar constituído pelos professores que leccionam Biologia e Geologia ao 3º ciclo do Ensino Básico e ao Ensino Secundário.
Biologia
- Ciência que estuda os seres vivos, os seus processos e as suas características.
Geologia
- Ciência que estuda a matéria mineral, os seus processos e as suas características.
Matéria Minera
l - Matéria que não apresenta as características dos seres vivos. A matéria mineral caracteriza-se, entre outras coisas, pela completa ausência de inteligência ou de sentimentos, mesmo nas suas formas mais primárias. Um pequeno esclarecimento, apesar de todas as evidências nesse sentido, nem o actual nem a antiga Ministra das Finanças se enquadram nesta definição.
Ensino Básico
- Por muito estranho que Vos possa parecer, não está relacionado com o ensino das bases que neutralizam os ácidos. O ensino básico corresponde aos nove anos de escolaridade obrigatória em que são ministrados os saberes e desenvolvidas as competências consideradas como essenciais para o desenvolvimento pessoal, social e cognitivo dos alunos.
Ensino Secundário
- Ensino de cariz mais técnico e específico que tem como função preparar os jovens para o seguimento dos estudos a nível universitário, ou para a sua inclusão numa via profissionalizante.
Professor
- Pessoa que ensina algo a alguém. Profissão bastante considerada e respeitada nas sociedades desenvolvidas. Não confundir com a realidade Portuguesa em que o professor é um nómada sem direito a estabilidade profissional, reconhecimento social nem salário condizente com o seu estatuto.
Escola
- Local onde é ministrado o saber e as competências essenciais ao correcto desenvolvimento pessoal, social e cognitivo dos alunos. Não confundir com a realidade Portuguesa em que as escolas são armazéns de miúdos onde professores e auxiliares de acção educativa têm que cuidar dos filhos dos papás, quando estes pensam que se educa uma criança enchendo-a de consolas, playstations, telemóveis de último modelo e roupas de marca.
Auxiliares de Acção Educativa
- Profissionais que, nas escolas, auxiliam os professores na sua tarefa de formar pessoal, social e humanamente os alunos. Não confundir com a realidade Portuguesa em que os auxiliares de acção educativa são pessoas sem formação específica que, com contratos precários, salários miseráveis e diminutas hipóteses de progressão na carreira, lavam escadas, limpam casas de banho e cortam a relva das escolas.
EB 2,3
- Escolas que ministram os segundo e terceiro ciclos do ensino básico.
Reforma
- Aquilo que a esmagadora maioria dos portugueses recebe depois de 35 anos de serviço ou 60 anos de idade. Excepção feita à Vossa gloriosa casta.
PSD
- Também referido por alguns como PPD/PSD. Agência de empregos especializada em colocar as pessoas certas nos lugares errados e nos momentos mais inoportunos, como aliás se pode notar no Vosso caso.
Programa Informático
- Software criado por técnicos especializados que, normalmente, é testado antes de adquirido. Quando manuseado por pessoas devidamente formadas para o efeito é bastante prático e poupa muito trabalho.
Manualmente
- Com recurso à mão.
PS
- Post Scriptum. É uma expressão latina que significa " depois do que está escrito ". Não confundir com P.S. ( Partido Socialista ) que, apesar de não se notar, é o maior partido da oposição.

09 novembro, 2004

Muros

1989, dia 9 de Novembro.
Cumprem-se hoje quinze anos sobre a queda do muro de Berlim. Infelizmente há quem teime em construir novos muros...
Há por aí muitos muros a precisarem de ruir.


Maspoquê?

Maspoquê? Diz alguma coisa? À primeira vista não parece.
É o nome do blog da Ana Magalhães, minha ex-aluna.
Pode ser visitado aqui.

06 novembro, 2004

Razões que a razão desconhece

Desta vez Bush ganhou as eleições, ao contrário do que sucedeu há quatro anos.
Isto não significa que ele tenha razão, mas que temos que o compreender, como diz Fernado Madrinha .
Para Tony Jenkins foi uma votação maciça da América profunda e religiosa, que acredita em valores.
Vasco Pulido Valente enfatiza os "valores morais".

03 novembro, 2004

"Ecce homo!"


Hoje, com a reeleição de Bush, é dia de luto para a humanidade. Temos todos um nó na garganta, que vamos ter que suportar durante quatro anos.
Mas, se virmos bem,
outra coisa não seria de esperar...
Esta é a homenagem (possível) a Kerry.

31 outubro, 2004

A verdadeira cabala

A "Publica" de hoje traz a notícia, que começa assim, vejam só: "Para gáudio das mulheres, parece que vem aí o Orgasmatron, a máquina do orgasmo instantâneo".
Que raio de associação é esta entre gáudio, mulheres, máquina e orgasmo, sem um lugarzinho para o macho? Esta é que é a verdadeira cabala, Sr Ministro Rui Gomes da Silva! Espero - e comigo estarão certamente todos os insignes varões - que Vª Exª, na qualidade de legítimo membro do Governo (eu escrevi membro?), tome as devidas iniciativas para que o viril membro não perca o seu habitat. Natural, acrescente-se. Esse seria, certamente, um grande passo para a humidade, perdão, humanidade!
De outro modo, estamos feitos, ou, como diz o Sérgio Godinho, "Que há-de ser de nós"?

Eleições

Se o Presidente dos Estados Unidos fosse eleito pelo resto do mundo - e porque é que não há-de ser, se tivermos em conta as consequências que todos sofremos a partir daquilo que ele decide? - no dia 2 de Novembro terminaria a imbecil presidência do Bush.
É esse, pelo menos, o resultado de uma sondagem, feita fora da USA, que dá 80% para Kerry e 20% para Bush.
Mas só com os americanos a votar... é uma grande incógnita, mesmo com o Bin Laden pelo meio. Porque os imbecis protegem-se e estimam-se, mutuamente.
Mas há sempre uma réstea de esperança...

Um regresso soft

Estou de volta aos courts de ténis - depois de uma longa ausência de cinco meses (e 5 meses, é obra!) , devido à roptura do menisco externo.
Fui ontem bater umas bolas, com a minha filha Margarida. Tudo muito soft, como convém numa fase como esta. Soube mesmo bem. Que saudades!!!

28 outubro, 2004

Mentiras

A versão de Marcelo Rebelo de Sousa não coincide com a de Paes (ou Pais?) do Amaral. Já não parece que seja uma questão de meias verdades. Um deles (ou os dois?) mente.

24 outubro, 2004

Fragilidades

Souto Moura, em entrevista ao Expresso:
" Foi o PS que me escolheu para PGR. Portanto, a última pessoa interessada em fragilizar ou prejudicar o PS seria eu".
Se eventuais dúvidas ainda persistissem sobre este procurador, ficam completamente desfeitas, com esta afirmação. Está tudo dito.
Souto Moura, faz-nos um favor: cala a boca, faz a mala e vai para casa!

Que semana

Augusto M. Seabra no Público de hoje:
"Esta foi a semana em que o soba da Madeira, Alberto João Jardim, ameaçou em directo nas televisões uma jornalista que "a limpeza" ia começar por ela. Esta foi a semana em que o ministro Rui Gomes da Silva, desmontando a "cabala" de "Expresso", PÚBLICO e Marcelo, formulou o conceito de "vontade subjectiva" que veio abalar os alicerces do pensamento filosófico ocidental e fazer Schopenhauer retorcer-se na tumba. Esta foi a semana em que o ministro Nuno Morais Sarmento de novo confundiu Estado e governo, ao referir a entidade a quem compete definir o serviço público de televisão. Esta foi a semana em que, na sexta-feira, o romance de uma assessora de imprensa, Pimpinha, no "Inimigo Público", enviando missivas à comunicação social, enfrentou a concorrência directa de um texto, no "Diário de Notícias", de uma jornalista catapultada para assessora política do primeiro-ministro, Inês Dentinho.
Esta foi a semana, em que para além de todos os factores locais, as eleições regionais confirmaram que a coligação PSD/CDS é perdedora, como se verificou nos Açores depois das europeias, mas também, dado porventura ainda mais relevante no que indicia de "qualidade" da democracia, que em Portugal permanece uma "disfunção", a de até hoje nenhum chefe de governo nacional ou regional que se recandidate ter perdido eleições".

22 outubro, 2004

Incompetente!

Santana Lopes acaba de tirar mais um coelho da cartola: os professores com horário zero vão para assessores dos juízes. É obra!
Entretanto o seu gabinete veio esclarecer que, ao contrário do que a imprensa afirmou, o primeiro-ministro não dormiu uma sesta entre a apresentação do orçamento e a moda Lisboa. Seria muito melhor para todos nós que este tipo dormisse mais um bocado. Anda, de facto, a dormir muito pouco!
Citando Belmiro de Azevedo: "Este 'regente' distrai à brava a oposição, promete e despromete todos os dias a mesma coisa, o que é típico do entertainer, e não tem nenhuma capacidade para servir o país. (...) É, claramente, incompetente".

20 outubro, 2004

Cabala

Rui Gomes da Silva continua a primar pelo disparate. Agora inventou a cena da "cabala" do "Expresso", "Público" e "TVI" contra o governo .
Que mais nos irá acontecer? Até quando é que temos que aturar este energúmeno?

19 outubro, 2004

Novas sensações

Ontem foi dia de regressar aos "bancos da escola" e sentir a sensação de voltar a ser aluno.
No que eu me havia de meter!!! Numa pós graduação em "Desenvolvimento de Sistemas de Informação". No ISCTE. Francamente, gostei.

Escumalha 2

As declarações antes do jogo Benfica-Porto deixavam antever o pior.
Depois do jogo foi o que se viu.
Até quando é que temos que aturar esta cambada?

17 outubro, 2004

Escumalha

Luís Filipe Vieira e Pinto da Costa presidem à nata dos arruaceiros. As declarações que fizeram, a propósito do jogo de hoje entre o Benfica e o Porto, só servem para espicaçar a cacetada.
E não se pode exterminá-los?

16 outubro, 2004

Ide

O Ministro da Agricultura, Costa Neves, teve a ousadia de afirmar que considera pedagógica a Quinta das Celebridades. Luciano Alvarez dá-lhe um conselho:
"Permita-me V.Exa um humilde conselho: vá para a Quinta, José Eduardo Moniz não lhe dirá que não. Mais, leve o restante Governo consigo. Que pedagógico seria ver Pedro Santana Lopes voltar ao convívio da sua "ex" Cinha que passa a vida a falar dele. Bagão Félix a tratar das questões económicas com Avelino Ferreira Torres. Paulo Portas a ajudar o Frota e o Castelo Branco a dar de comer aos animais.
Ide, não vos acanheis, de certeza que os portugueses não vão pressionar o patrão da TVI para os tirarem de lá".

12 outubro, 2004

Fidelidade

"Fidelidade canina a Pedro Santana Lopes". Para Eduardo Cintra Torres (Público) esta é a única qualidade de Rui Gomes da Silva, em mais de 20 anos de actividade política.

10 outubro, 2004

Vazio

Como é que vamos aguentar o dia de hoje sem a prédica dominical do Marcelo na TVI? Certamente vão trocá-lo pelo Avelino da Quinta.

Casas e blogues

Há casas e casas, blogues e blogues.
Este chama-se "A Nobre Casa de Guedes". É muito mais do que um blog.

09 outubro, 2004

Danos

Fernando Madrinha, no Expresso:
"Ao sair de cena nestas circunstâncias, Marcelo causa mais dano ao Executivo e à TVI do que dois anos dos seus comentários semanais, por mais ácidos e demolidores que eles fossem".

Que lata!

Quando questionada sobre o facto de algumas escolas não estarem ainda a funcionar a Ministra da Educação tem o desplante de afirmar – e já o fez mais do que uma vez, acrescente-se: “Se há escolas que não têm aulas é porque os professores estão doentes, estão de atestado médico”. Para logo de seguida a estação de televisão mostrar, em reportagem, escolas onde não há professores, simplesmente porque ainda não foram colocados.
É preciso ter lata.

Belmiro

Belmiro de Azevedo, o homem mais rico de Portugal, no Expresso de hoje:
Sobre Marcelo Rebelo de Sousa: "É um entertainer" (...) "Diverte-se à conta dos desprazeres que provoca".
Sobre Santana Lopes: "É um regente" (...) Não diz coisa nova, nem coisa que valha a pena".

08 outubro, 2004

A gravidade do caso na corrida para Belém

Cavaco Silva, a propósito do afastamento de Marcelo Rebelo de Sousa da TVI: "O país está perante um caso muito, muito grave".
Quase - repito quase - que é caso para dizer: Volta Cavaco que estás perdoado!
Com esta separação de águas que se vai fazendo no interior do PSD, começa a clarificar-se a corrida para Belém: Cavaco e Marcelo têm menos hipóteses de virem a ser apoiados pelas horda unanimista do PSD.

07 outubro, 2004

O energúmeno do contraditório

Quando ontem escrevia sobre o ódio e a censura não imaginava os desenvolvimentos que se iriam seguir. A demissão do Professor da sua "prédica dominical" caiu que nem uma bonmba. A procissão ainda vai no adro, mas, pelos vistos, houve mesmo pressões. E várias. O que é intolerável.
Onde é que estava esse energúmeno, que se dá pelo nome de Rui Gomes da Silva, quando Marcelo Rebelo de Sousa era comentador da TSF, e dispunha de uma hora semanal para fazer a sua análise política e "dar as suas notas"? Não teria sido essa a grande oportunidade para exigir o contraditório?
Nas hostes do PSD só Pacheco Pereira e Marques Mendes é que se revelaram lúcidos. Escreve Pacheco Pereira no Abrupto:
"Por que razão o Ministro dos Assuntos Parlamentares não desafia Marcelo Rebelo de Sousa para um debate sobre a governação, em que assegurará ele mesmo o contraditório face ao "ódio", às "mentiras e falsidades" proferidas todos os domingos "por um comentador que tem um problema com o primeiro-ministro" Pedro Santana Lopes. Tenho a certeza que Marcelo aceitaria e que as televisões competiriam entre si pelo debate. É certamente mais sensato e corajoso do que propor a censura dos comentários de Marcelo".

06 outubro, 2004

O autarca modelo

Fernando Madrinha, no Expresso on-line, a propósito da presença de Avelino Ferreira Torres na Quinta das Celebridades:
"Cada um passa férias onde quer e pode. Foi com essa justificação que o autarca do Marco se dispôs a tirar três meses ao exercício das suas funções, se ficar até ao fim, abandonando o cargo para que foi eleito. Com que base legal? Além do período normal de férias, será que o estatuto de autarca lhe permite gozar três meses extra? E com que fundamento? A sua exibição na Quinta será trabalho político, como o dos deputados que faltam a sessões parlamentares para assistir a jogos internacionais do Futebol Clube do Porto? Terá dado alguma explicação aos eleitores, bem como ao partido a que pertence e pelo qual foi eleito? E, já agora, o que pensará o CDS/PP da iniciativa do seu autarca do Marco? Não tem nada a dizer? Tenciona torcer por ele? Votará para que não seja expulso e ganhe os euros do prémio que a TVI tem para o vencedor? Os próximos tempos talvez dêem resposta a algumas destas perguntas, que os jornais não deixarão de formular".

Ódio e censura

O ministro dos Assuntos Parlamentares, de seu nome Rui Gomes da Silva, acaba de dar um sinal claro do controle do Estado sobre os mass media, ao referir-se aos comentários do Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, na sua intervenção semanal na TVI. Na sua opinião o Professor passa 45 minutos a exercitar o seu “ódio” ao governo e ao primeiro-ministro. O Ministro critica o silêncio da Alta Autoridade para Comunicação Social...e exige o contraditório!

05 outubro, 2004

Cassete pirata

As celebérrimas cassetes do caso Casa Pia podem ser ouvidas aqui.
Adelino Salvado e Souto Moura no seu melhor.

"Ranking"

O artigo de Vital Moreira no Público de hoje, desmistifica a pretensa superioridade das escolas privadas, quando comparadas com as públicas, no "ranking" escolar.
Escreve o articulista: "Mas a comparação entre escolas só poderá fazer-se em igualdade de circunstâncias, desde a composição do corpo discente à percentagem de alunos submetidos a exame nas disciplinas mais problemáticas (nomeadamente Matemática e Português)".
A composição do corpo discente é, de facto, uma factor determinante. Como é que se "mede" essa composição? Através da avaliação, no início de um ciclo de estudos (por exemplo, no 10º ano), dos "inputs" e, posteriormente, no final do ciclo (em exames do 12º ano). Só assim é que poderemos ajuizar sobre o real contributo da escola e as mais valias que proporcionou. Porque se é certo que o patamar de entrada em que se situam os alunos do Colégio Moderno é necessariamente diverso do dos alunos de Pampilhosa da Serra, o mesmo é de esperar do patamar de saída. Assim, a questão que se coloca é: qual o grau de progressão que os alunos de ambas as escolas fizeram? Constatadas as diferenças iniciais, será então muito razoável concluir que a progressão de um valor em Pampilhosa é muito mais significativa que a de dois ou três valores no Colégio Moderno. Os alunos da Pampilhosa têm, de facto, de fazer um grande esforço para progredirem um valor; pelo contrário, os do Colégio Moderno quase nem necessitam de qualquer esforço para progredirem alguns valores. Isso faz toda a diferença. E não há escala que seja capaz de "medir" esse esforço.
Uma outra questão relativa ao corpo discente diz respeito ao número de alunos que ingressam, anualmente, em cada disciplina, no 10º ano e quantos chegam ao final do 12º ano, realizando as respectivas provas de exame. Através do acompanhamento de coortes de alunos para verificar o seu percurso escolar é que há condições para podermos fazer comparações. Porque escolas haverá que não querem correr o risco de "levar a exame" alunos que "lhes estraguem a média". Por isso os aconselham, ou pressionam, a desistir ou a anular a matrícula!
Por outro lado, o corpo docente desempenha igualmente um papel essencial. Mas que podem fazer as escolas públicas em relação aos professores que o Ministério da Educação lá colocou, e que têm um desempenho manifesta e visivelmente insuficiente? Rigorosamente nada, porque o sistema de avaliação do desempenho docente é uma mistificação! Assim, as escolas públicas têm que "aturar" "professores" que não querem, que são incompetentes e dos quais não se conseguem livrar.
Sugestão de leitura: "Improving schools. Performance and Potencial" de John Gray, Hopkins, Reynolds e outros.

01 outubro, 2004

Consequências políticas

Resposta da Ministra da Educação sobre as consequências políticas relativas à saga da colocação de professores: "ser ministra da Educação dá muito trabalho". Assim, sem mais nem menos.
E não se pode exterminá-la?
Volta Justino que estás perdoado!

Doenças e paliativos

As notícias de hoje referem que dois mil professores retiraram os atestados médicos que tinham apresentado para conseguirem uma melhor colocação. A iminência de uma acção inspectiva é, pelos vistos, um óptimo paliativo para certas doenças.

Obscenidades

"Na verdade, se temos jornalistas, câmaras e tempo de televisão para filmarmos horas seguidas a aldeola em Portimão onde terá sido assassinada uma criança, com a recolha das mais absurdas e inúteis declarações de populares indignados e prontos a fazer justiça pelas suas mãos, não temos uma comunicação social que dedique o mesmo tempo em relação aos escândalos dos que têm o poder, nomeadamente, político e que o utilizam de formas perversas, esquecendo-se que devem servir o bem-comum e não os interesses pessoais e das clientelas diversas.
Não seria interessante vermos as câmaras de televisão a esperarem a saída da ex-ministra de casa a caminho do seu duro e penoso trabalho na CGD? Recolher declarações da mesma sobre a forma como se sentiu no seu primeiro dia no novo local de trabalho? Se as instalações lhe agradaram? Se não foi demasiado "stressante"? Se tem ideias sobre as actividades que vai desenvolver? Quando pensa reformar-se?..."
Francisco Teixeira da Mota, in Público de 1/10/2004

28 setembro, 2004

Joana

A propósito da morte da Joana:
"E o que é que nós fazemos com isto? O que podemos fazer com este horror, aqui tão perto, que se esconde afinal não numa diabólica rede clandestina, mas nos olhos desta mulher sem lágrimas, na mesma mãe que mandou a Joana fazer um recado à mercearia?"
In Público, José Victor Malheiros

Pergunta obscena

Algum banco privado quereria Celeste Cardona para administradora? É inaceitável a transformação do banco do Estado em retiro dourado de ex-governantes do PSD e do PP, para mais sem competências para tal cargo. Depois do escândalo da pensão de Mira Amaral, esta nomeação é simplesmente "obscena" (como diria o ministro das Finanças, se fosse coerente).
In causa nossa

26 setembro, 2004

Info-exclusão no Ministério da Educação



Aqui está a prova de que o Ministério da Educação começou a fazer a colocação de professores à mão. A palavra de ordem é: material informático para a rua, já!.
Aliás já consta que a Tia Carminho vai aproveitar esta onda para preoceder à implementação da educação sexual nas escolas. O programa será elaborado tendo como lema : "Computas não, é mais seguro fazer tudo à mão".

24 setembro, 2004

Cinema

Depois de um longo período de cativeiro, ontem foi dia de sair de casa. Finalmente!
Fui ver o filme Terminal de Aeroporto. Ali está espelhada a importância das coisas simples, das pequenas coisas, das esperas, dos compromissos, dos encontros, dos desencontros, do destino, em suma, da vida.
Vale mesmo a pena.

21 setembro, 2004

A saga

A Ministra da Educação veio comunicar esta noite, com um típico ar de santanete, que a colocação de professores ia ser feita manualmente. Por vezes é mesmo assim: fazer à mão é a única alternativa. Embora haja quem afirme que à mão só o bacalhau!
Este é mais um episódio da saga do concurso de professores. Esperemos pelos próximos capítulos, nomeadamente os que se relacionam com a empresa informática geradora deste embróglio : a Compta, de Couto dos Santos e Rui Machete, dois PSD's, ex-governantes e "dignos" administradores de empresas. Couto dos Santos foi recentemente brindado com a administração da Casa da Música, no Porto.

20 setembro, 2004

Políticas...

Já a tarde deste dia se iniciou e ainda não há sinais do resultado do concurso de professores.
Todavia, no fim de semana a imprensa já mencionava algumas cabeças que iriam rolar. Mesmo sem o inquérito estar acabado, é claro. Há que encontrar "bodes expiatórios". Isto está cada vez melhor, Pedrinho!
Coitados dos professores que angustiadamente esperam pelo seu destino!
Não há, com tamanha incompetência, sistema educativo que resista.

Fotografias

Neste tempo de convalescença tem-me sobrado algum tempo. Também o aproveitei para actualizar o webalbum.

18 setembro, 2004

Literatura

A notícia surgiu hoje, via RTP, canal 1. Em Viseu, a polícia mandou retirar da montra de uma livraria um livro intitulado “As mulheres não gostam de foder”.
Não fora a minha umbilical ligação a Viseu e o caso ter-me-ia passado ao lado…
Há aqui dois tipos de questões inquietantes. Em primeiro lugar a “ordem” da polícia. Já chegámos à Madeira ou quê?
Em segundo lugar o título da obra em causa. “Não gostam?” Só há uma ilação a tirar daqui: a humanidade é o fruto de uma grande violência. Ou será violação?
A propósito da temática sugiro a leitura de "O que querem as mulheres?"

Há reformas e reformas

A notícia: Mira Amaral vai ter uma reforma de 18 mil euros, cerca de 3600 contos, depois de nove meses na Caixa Geral de Depósitos.
O ponto de vista do Barnabé sobre a reforma de Mira Amaral:
"Tenho assistido, estupefacto, à defesa da reforma exorbitante de Mira Amaral, paga por uma empresa de capitais públicos. Argumento: se queremos bons gestores, temos de lhes pagar bem. A minha dúvida é esta: e se queremos bons funcionários públicos, temos de lhes pagar como?"

16 setembro, 2004

Sensações

Há músicas que nos tocam. Temos a sensação de que poderíamos ficar a ouvi-las o resto da nossa vida. São um verdadeiro bálsamo para a “alma”, neste tempo de reduzida mobilidade.
“The first time ever I saw your face” do disco “Songs from the last century” de George Michael é um desses casos.

The first time ever I saw your face
I thought the sun rose in your eyes
and the moon and the stars were the gifts you gave
to the dark and endless skies, my love
to the dark and empty skies

the first time ever I kissed your mouth
I felt the earth move in my hands
like the trembling heart of a captive bird
that was there at my command, my love
that was there at my command

the first time I ever lay with you
and felt you heart so close to mine
and I knew our joy would fill the world
and would last till the end of time, my love
it would last till the end of time
the first time ever I saw your face
your face, your face

Lugares



Trás-os-Montes, Rio Sabor
Recordação do Verão de 2004


15 setembro, 2004

Imagens

Agora, parece que me resta todo o tempo do mundo. A TV passou a ocupar uma parte dos meus dias. As notícias, essas têm sempre um sabor excessivamente requentado.
Por estes dias. ficam na memória imagens de datas, locais e cenas que jamais olvidaremos: 11 de Setembro de 2001 (e o que ele significou para todos nós) e a carnificina na Escola de Beslan na Ossétia do Norte, Rússia.
Entre nós, de um outro género, mas igualmente pungente, o massacre do concurso de professores.

Contradições de Setembro

A expectativa do recomeço de um novo ano lectivo não é suficiente para debelar a angústia de um tempo que se acabou. Setembro traz sempre consigo esta insanável contradição.

Ocupações

Continuo por casa, a procurar recuperar paulatinamente, os efeitos da artroscopia ao joelho. Há incapacidades e limitações com as quais se lida mal, não é?
Assim, é tempo de outras ocupações mais constantes. Depois do Código da Vinci, a Terapia de David Lodge.

13 setembro, 2004

Recuperação

A intervenção ao menisco correu bem. Voltei ao lar.
Agora a deslocação com canadianas é uma nova nova aprendizagem. E percebem-se os limites da mobilidade.

08 setembro, 2004

O joelho

Amanhã, dia 9 de Setembro, é o dia de tratar do menisco e, por isso, está agendada a intervenção ao joelho, com cirurgia artroscópica .
Prometo voltar em breve...

07 setembro, 2004

Regresso

Estou de volta…
Para trás ficou a já costumada praia de Altura, Viseu, as gravuras de Foz Côa, a beleza do Douro e a surpresa de Bragança. Foi bom. ..
Agora, de regresso à cidade grande, resta arrumar a bagagem, catalogar as recordações destes dias, cozinhá-las em lume brando e, e saboreá-las, paulatinamente. Para que perdurem. Mas sabem sempre a pouco.
Agora, o confronto do regresso ao trabalho, surge matizado com a saudade dos tempos idos e o alento de uma nova jornada….

30 julho, 2004

Partida

Desta vez o blog também vai de férias.
Encontramo-nos em Setembro. Espero - esperamos todos - com coisas novas!!!
Deixo algumas sugestões para a rentré política. Que tal se em Setembro encontrássemos no governo nomes como
- Avelino Ferreira Torres
- João ALberto jardim
- Luís Delgado
Assim... ainda nos ríamos um pouco... que é uma coisa que faz muito bem à moral!
Passem bem!

Ciclos

Eram 19 horas. A esplanada do Peter convidava a sentar, a saborear uma bebida e a espraiar a vista sobre o Tejo.
Do pessoal das tardes das sextas no Peter, a malta do TGIF, nem vivalma.
Saboreei sozinho a imperial.
Senti que um ciclo que começara algures se fechava necessariamente hoje….
A vida é assim. Feita de ciclos. Uns nem por isso. Mas outros bons.

Mais valias?

Realizou-se hoje, no Porto, a primeira reunião do Conselho de Ministros do Governo do Pedro e do Paulo.
Urge perguntar: quanto é que este capricho custou ao erário público?
Pelos vistos, vai haver uma coisa destas por mês algures no país profundo. Para quê? Porquê?

Kerry, ajuda-nos!

A história conta-se em poucas palavras- É assim:

Bush begins his speech to open the Olympic Games. He looks at his paper and says:
- Oooooo! Oooooo! Oooooo! Oooooo! Oooooo!
An aide comes over and whispers:
Mr. President, these are the Olympic rings. Your speech is below.

Kerry, ajuda-nos a mandar este homem para casa!


27 julho, 2004

Orange boys

Alexandra Lucas Coelho, no Público de hoje:
"Há dois anos, quando o anterior Governo foi formado, Pedro Santana Lopes escreveu na sua crónica do "Diário de Notícias": "Não podem existir mais 'boys', mesmo que a cor mude. Não podem existir 'orange boys' no lugar dos 'rose boys'! Este Governo, e concretamente o primeiro-ministro José Manuel Durão Barroso - que tem uma formação que o garante -, deve respeitar a regra sagrada que apura apenas os melhores para cada função." (4.4.02).

26 julho, 2004

Nau catrineta

Lá vem a Nau Catrineta
Que tem muito que contar
São Paulo Portas à proa
Santanás a comandar
Ouvi agora senhores
Uma história de pasmar

D. Bagão conta o pilim
D. Morais trata das velas
D. Guedes limpa com VIM
Tachos, pratos e panelas

D. Pereira na enfermaria
Conta pensos e emplastros
E o D. António Mexia
Põe vaselina nos mastros

D. Durão deu à soleta
Enjoou de andar à vela
E Santa Manuela Forreta
Largou-os sem lhes dar trela

Aflito El-Rei Sampaio
Com estas novas tão más
Disse aos bobos de soslaio
Chamai lá o Santanás

Aqui estou meu Senhor
Vós mandasteis-me chamar?
Soube agora desse horror
D. Durão vai desertar?

Cala-te lá meu charmoso
Não me lixes mais a vida
Troco um cherne mal-cheiroso
Por um carapau de corrida?

Pobre da Nau Catrineta
Já lamento a tua sorte
Esta marinhagem da treta
Nem sabe onde fica o Norte

Parece que já estou vendo
Em vez de descobrir mundo
Ao primeiro pé de vento
Espetam com o barco no fundo

Ou então este matraque
Com pinta de Valentino
Gasta-me a massa do saque
Nas boîtes do caminho

Não se aflija meu Rei
Que agora vou assentar
Pois depois do que passei
Cheguei onde quis chegar

E por aquilo que passei
Aqui ninguém nos escuta
Eu quero mesmo é ser Rei
E vamos embora à luta.

25 julho, 2004

Desloca ... quê?

A grande aposta do governo do Pedro e do Paulo chama-se deslocalização. É um nome demasiadamente estranho, não é?

Pergunta

Alguém é capaz de explicar porque razão há dois secretários de Estado no Ministério da Cultura?

21 julho, 2004

Casos paradigmáticos

Vale a pena recordar e registar dois eventos da formação deste governo para se perceber um pouco onde estamos e para onde vamos.
O primeiro aconteceu na tomada de posse dos ministros. Quando foi dito que Paulo Portas era não só Ministro da Defesa Nacional, mas também Ministro dos Assuntos do Mar todo o mundo viu a cara de espanto que fez…Foi uma cena hilariante.
Agora com a nomeação dos Secretários de Estado sucedeu algo do género com Teresa Caeiro. Paulo Portas tinha vindo afirmar que finalmente haveria uma mulher a exercer um cargo no sector da Defesa, como secretária de Estado Adjunta e dos Antigos Combatentes. Porém, foi empossada como secretária de Estado das Artes e Espectáculos. Coisas muito idênticas, como se sabe!
Estamos no reino do improviso…

17 julho, 2004

Ministra da Educação... ou das Telecomunicações?

XVI Governo Constitucional (também conhecido pelo governo do Pedro e do Paulo)

Cargo: Ministra da Educação
Nome: Maria do Carmo Felix da Costa Seabra
Graus académicos: Agregação em Economia, pela Universidade Nova de Lisboa - Faculdade de Economia (1997); Doutoramento em Economia (1987); Licenciatura em Economia pela Universidade Católica Portuguesa (1977).
Trabalhos de investigação na área de telecomunicações: 13
Participações em Conferências na área de telecomunicações: 8
Ideias sobre educação? Não se conhecem…Mas, pelos vistos, também não é muito importante para se ser ministro...
A foto não deixa margens para dúvidas. Estamos perante mais uma das loiras do Pedrinho, uma genuína santanete.
A aposta parece evidente: com este currículo o problema do concurso dos professores vai ser resolvido!!

15 julho, 2004

ALERTA!!!

Desapareceu do seu país, José Manuel Durão Barroso, de 48 anos.


O desaparecido não aparentava qualquer distúrbio do foro psíquico, embora na altura da sua saída ostentasse um sorriso algo matreiro que indiciava pensamentos do tipo: «Ufa! Desta já me livrei!

A sua ausência não será sentida pela generalidade da população do seu país, pese embora o facto de uma «prima» sua, de nome Manuela qualquer coisa Leite, ter declarado estar em «estado de choque». Ao que parece a afirmação foi proferida quando soube o ordenado que o Zé vai auferir lá no sítio para onde se dirige. A saber: 20 mil euros mensais, acrescidos de um subsídio de residência de 3 mil. A isto juntam-se indemnizações várias pela mulher e filhos a cargo. E, claro, carro, motorista e reembolso de todas as despesas que fizer no exercício das suas funções...

Isto não é uma corrente e ninguém pede a sua divulgação! Antes pelo contrário! Se souberem do seu paradeiro não digam a ninguém!

A primeira ideia de Santana

A primeira ideia do primeiro-ministro indigitado é de arrasar. Um Ministério da Economia para o Porto. Um da Agricultura para Santarém. Uma Secretaria de Estado do Turismo para o Algarve.

Permita-me sua excelência uma opinião. Se a ideia é aproximar os ministérios da actividade produtiva a proposta peca por modesta. Indústria também há em Braga, em Guimarães, em Famalicão, em Oliveira de Azeméis e, presumo, que em muitos outros lugares do país incluindo Setúbal e a Grande Lisboa.

E porquê Santarém para sediar o Ministério da Agricultura? Não se criam bois no Barroso? Não há porco preto em Portalegre? Os enchidos de Lamego não merecem consideração? E as alheiras de Mirandela? E o Minho? E o Douro? E a Cova da Beira? E o Alentejo? Este não cria borregos? Não tem campos a precisar de cultivo? O Alqueva é para esquecer? Castelo Branco, Viana do Castelo, Ponte de Lima, não têm direito a nada? Porquê essa guinada para Santarém?

Haja arrojo e coragem reformadora, senhor novel primeiro-ministro. Permita-me só um exemplo. O caso da indústria. Estamos na sociedade pós-industrial. É preciso agarrar a nova realidade de caras. Por isso sugiro não um mas muitos ministérios da Indústria. É preciso inovação, animação, criação de emprego, audácia.

Não sei que ministério criar no Porto. Apesar de cá viver, não conheço a dominante industrial da urbe. Mas o Vale do Ave requer um ministério da indústria têxtil. São João da Madeira um da indústria do calçado. A Marinha Grande fica bem com um da indústria vidreira. Já na Covilhã, pelo direito e pela tradição, cabe-lhe um dos lanifícios. Ponte de Lima, até para fazer pazes com o autarca, não pode dispensar um ministro do queijo liminiano. E os galos de Barcelos? Porque não um ministro dos Galos de Barcelos? E não se esqueça, senhor primeiro-ministro da Serra da Estrela. Escolha um lugar na encosta da serra e nomeie o ministro do Queijo da Serra.

O que não falta são pretextos e lugares para criar ministérios das indústrias. Mas não podemos esquecer as outras áreas da nossa actividade económica, social, cultural e política. Todas requerem descentralização. Precisamos de mais ministérios e de mais ministros. Qual é o português que não quer ter um ministro por vizinho?

Demos uma lição ao mundo. Já reparou, senhor primeiro-ministro, que se usarmos a terminologia da UE nós podemos ter, não o banal senhor pesc., mas o senhor truta salmonada, o senhor galo de Barcelos, o senhor queijo da serra, o senhor porco preto, o senhor alheira e por aí adiante? Já pensou nas potencialidades desta diversidade ministerial e num governo assim descentralizado?

Nota: Em meados dos anos oitenta decidiram criar três escolas superiores de educação (ESE). Uma em Lisboa, outra no Porto e outra em Santarém. Logo outras capitais de distrito reclamaram que também tinham direito. E tiveram. O resultado é o que se vê. Entre públicas e privadas não há cidade, vila, vinha, nabal, campo de girassol sem a sua ESE. O resultado está à vista. São mais de 40.000 os desempregados encartados por esta "indústria!". O custo? "A política não tem custos".

Venham então, dois ou três ministérios por capital de distrito. Um por cidade. Uma secretaria de Estado por vila. E, já agora, uma direcçãozinha-geral por cada freguesia. O país não vive do Estado?

José Paulo Serralheiro

A nova localização dos ministérios

NOVA LOCALIZAÇÃO DOS MINISTÉRIOS, EM NOME DE UMA MAIOR PROXIMIDADE AOS INTERESSADOS

Ministério da Agricultura - Santarém
Ministério da Economia - Porto
Ministério do Turismo - Faro
Ministério da Cultura - Quinta do Lago
Ministério do Ambiente - Ilhas Selvagens
Ministério da Construção Civil, Obras Públicas, Cidades e Patos Bravos - Tomar
Ministério das Autarquias Locais - Viseu
Ministério da Ciência e do Ensino Superior - Coimbra
Ministério da Educação - suprimido da orgânica do Governo por dificuldades em concluir o concurso dos professores - o próximo ano será de férias escolares.
Ministério da Saúde - Badajoz
Ministério da Administração Interna - Cova da Moura (Amadora)
Ministério da Justiça - Lisboa (Estabelecimento prisional de )
Ministério da Segurança Social e do Trabalho - Guimarães.
Ministério da Defesa - Lajes (Açores)
Ministério dos Negócios Estrangeiros - Bruxelas
Ministério das Finanças - Funchal

14 julho, 2004

Nelly, were's the power?

It is the passion flowing right on through your veins
And it's the feeling that you're oh so glad you came
It is the moment you remember you're alive
It is the air you breathe, the element, the fire
It is that flower that you took the time to smell
It is the power that you know you got as well
It is the fear inside that you can overcome
This is the orchestra, the rhythm and the drum

Com uma força, com uma força
Com uma força que ninguem pode parar
Com uma força, com uma força
Com uma fome que ninguem pode matar

It is the soundtrack of your ever-flowing life
It is the wind beneath your feet that makes you fly
It is the beautiful game that you choose to play
When you step out into the world to start your day
You show your face and take it in and scream and pray
You're gonna win it for yourself and us today
It is the gold, the green, the yellow and the grey
The red and sweat and tears, the love you go. Hey!

Com uma força, com uma força
Com uma força que ninguem pode parar
Com uma força, com uma força
Com uma fome que ninguem pode matar

Closer to the sky, closer, way up high, closer to the sky

Com uma força, com uma força
Com uma força que ninguem pode parar
Com uma força, com uma força
Com uma fome que ninguem pode matar

13 julho, 2004

Convite

Cheirar a vacas... e ver inglesas torradas

Sinais de Santana

Excerto do artigo de José Manuel Fernandes, no Público de hoje:

"Mas pior foi ter feito crer que despachar uns ministérios para fora de Lisboa seria uma grande medida de descentralização. Ora cheirar a vacas no gabinete do ministro da Agricultura ou verem-se inglesas torradas pelo sol da janela do secretário de Estado do Turismo não faz deles melhores governantes nem corresponde a nenhuma real descentralização. A centralização é a mesma enquanto tudo tiver de ir ao gabinete do ministro, esteja ele no Terreiro do Paço ou na Foz do Douro"

Alguns pontos nos is

Numa entrevista gravada horas antes do Presidente da República decidir pela não dissolução da Assembleia da República, Medina Carreira fez um diagnóstico muito negativo do estado do país e defendeu um sistema político mais presidencialista. Entrevista de Eduardo Dâmaso e Graça Franco (Rádio Renascença).
Jornal Público

Aqui ficam alguns excertos…

Na política activa e responsável quem abandona funções perde totalmente o crédito para mim. Aconteceu com António Guterres, aconteceu agora com Durão Barroso.

(Durão Barroso) desertou... sabe que os pretextos, às vezes, servem para dourar as pílulas. Com o compromisso que tinha a deserção é imperdoável.

Nós somos irrelevantes na Europa e, portanto, estar a servir a Europa é quase completamente irrelevante. Nós não contamos na Europa.

Se fosse Presidente da República empossava o Dr. Santana Lopes. Primeiro, para que ele mostre aquilo que vale. Se não vale nada daqui a dois anos vê-se que não vale nada e vai embora.

O nosso Presidente faz mensagens, discursos, mas o país passa indiferente a tudo isto.

Sabe que eu acho cada vez mais difícil arranjar gente capaz para tratar deste país.

(Na justiça) o problema é que não há juízes, faltam instalações e é preciso mais organização. A justiça precisa de mais meios e mais dinheiro. A educação precisa de menos dinheiro e de menos meios. A nossa educação custa mais do que a educação espanhola ou grega.

Quando se diz que é preciso mais dinheiro isto foi uma moda que os incompetentes geraram neste país: pondo mais dinheiro as coisas se resolvem. Sabemos nas nossas vidas que, por vezes, onde pomos mais dinheiro é onde acertamos menos. O que precisamos é de responsabilidade, exigência, rigor e seriedade.

Eu tenho respostas para a evasão e para a fraude mas se as pessoas não são capazes de agarrar nessas respostas e pô-las em vigor depois pesam outras dificuldades.

O que é que pensa de um primeiro-ministro que me pede uma solução, eu discuto com ele a solução, ele aceita e depois foge !? Isto é um problema de carácter. Não podemos combater a evasão sem carácter.

12 julho, 2004

Fábula

Enquanto suturava uma laceração na mão de um velho lavrador (ferido por um caco de vidro indevidamente deitado na terra), o médico e o doente começaram a conversar sobre o Santana Lopes.

E o velhinho disse:
- Bom, o senhor sabe...o Santana é uma tartaruga num poste...
Sem saber o que o camponês quer dizer, o médico perguntou o que era uma tartaruga num poste. A resposta foi:
- É quando o senhor vai por uma estradinha e vê um poste da vedação de arame farpado com uma tartaruga equilibrando-se em cima dele. Isto é uma tartaruga num poste...
O velho camponês olhou para a cara de espanto do médico e continuou com a explicação:
- Você não entende como ela chegou lá;
- Você não acredita que ela esteja lá;
- Você sabe que ela não subiu lá sozinha;
- Você sabe que ela não deveria nem poderia estar lá;
- Você sabe que ela não vai conseguir fazer absolutamente nada enquanto estiver lá;
- Então tudo o que temos a fazer é ajudá-la a descer de lá!

Sa(n)tanices



(Ex)Citações

Falando bem e depressa
"tamos fodidos".
In, 100 nada


A natureza humana
"Que tipo de pessoa chora quando está a condecorar jogadores de futebol mas não verte uma única lágrima quando condena dez milhões de almas a serem governadas por Santana Lopes"?
In Gato Fedorento


Começou
"A entrevista de Santana Lopes à SIC, para além de um exercício de simulação política tão exagerado quanto ao Presidente que roça o absurdo - nenhum Primeiro Ministro que se preza se coloca de forma tão subserviente sob a tutela presidencial – mostra, infelizmente, que já começou a revelar-se a marca de água do entrevistado. As únicas coisas que foram ditas de concreto – número de ministérios, descentralização de ministérios, o Ministério da Agricultura em Santarém – são claramente coisas ditas sem qualquer pensamento de fundo, estudo, preparação e ponderação sobre a estrutura do Governo e o modo como se relaciona com o país. São daquelas coisas que são ditas e, depois, se levadas à prática na forma como foram “prometidas”, representam “experiências” com custos enormes. São caras, desorganizam o pouco que funciona e não resolvem problema nenhum.
Não, não é má vontade. É que é exactamente isto que é o costume."

in, Abrupto


Ai Portugal, Portugal
Num só mês morrem Sousa Franco, Sophia de Mello Breyner e Maria de Lourdes Pintasilgo. Santana Lopes é primeiro-ministro sem ir a votos. Dar a palavra aos eleitores é considerado "instabilidade". Um presidente de plataforma cidadã prefere a oligarquia à democracia. Um político demite-se um mês depois de ter conseguido a maior vitória de sempre do seu partido.
Resta chorar. Mas em público, para que todos vejam.
In, Barbabé

10 julho, 2004

Ainda - e sempre - Sophia

Terror de te amar
num sítio tão frágil como o mundo.
Mal de te amar
neste lugar de imperfeição
onde tudo nos quebra e emudece
onde tudo nos mente e nos separa.

07 julho, 2004

Bálsamo

As letras que por aqui andam, cantadas por Nat King Cole, encontram-se num CD chamado "In the Mood for Love" (soundtrack do filme com o mesmo nome) ...
Constituem, nestes dias de desalento, um verdadeiro bálsamo para a alma...

Te quiero, dijiste

"Te quiero” dijiste
tomando mis manos
entre tus manitas de blanco marfil.

Y sentí en mi pecho
un fuerte latido
después un suspiro
Y luego el chasquido
de un beso febril.

Muñequita linda
de cabellos de oro,
dos dientes de perla,
labios de rubi.

Dime si me quieres
como yo te adoro,
si de mí te acuerdas
como yo de ti.

A veces escucho
un eco divino
que envuelto en la brisa
parece decir:

Sí,¬ te quiero mucho,
mucho mucho mucho
tanto como entonces,
siempre hasta morir.

Aquellos ojos verdes

Aquellos ojos verdes
de mirada serena
dejaron en mi alma
eterna sede de amar,
anhelos de caricias,
de besos y ternuras,
de todas las dulzuras
que sabían brindar.
Aquellos ojos verdes,
serenos como un lago,
en cuyas quietas aguas
un dia me miré,
no saben las tristezas
que en mi alma han dejado,
aquellos ojos verdes
que yo nunca besaré.

06 julho, 2004

Foi um sonho lindo que acabou


Quizás...

"Quizás, Quizás, Quizás"

Siempre que te pregunto
Que, cuándo, cómo y dónde
Tú siempre me respondes
Quizás, quizás, quizás

Y así pasan los días
Y yo, desesperando
Y tú, tú contestando
Quizás, quizás, quizás

Estás perdiendo el tiempo
Pensando, pensando
Por lo que más tú quieras
¿Hasta cuándo? ¿Hasta cuándo?

Y así pasan los días
Y yo, desesperando
Y tú, tú contestando
Quizás, quizás, quizás

Estás perdiendo el tiempo
Pensando, pensando
Por lo que más tú quieras
¿Hasta cuándo? ¿Hasta cuándo?

Y así pasan los días
Y yo, desesperando
Y tú, tú contestando
Quizás, quizás, quizás

04 julho, 2004

Orgulho nacional


Faltam já menos de 5 horas para o grande desfecho do Euro 2004. Há um ajuste de contas entre Portugueses e Gregos que urge dirimir. Esta é a grande oportunidade para nos vingarmos da derrocada no jogo de abertura do Euro. E não vamos deixá-la escapar.
Nunca estivemos tão solidários. Nunca estivemos tantos do mesmo lado da barricada. A mobilização que se gerou à volta da selecção das quinas é um fenómeno inolvidável. Hoje, ser Português é um grande motivo de orgulho. Finalmente, não nos envergonhamos de ser o que somos.
Assim não há gregos nem troianos que nos resistam!

03 julho, 2004

Protesto

Se não queres que Santana Lopes seja nomeado Primeiro-Ministro, manifesta o teu protesto pendurando a Bandeira Portuguesa na janela, na varanda, no carro… Não interessa onde, mas pendura-a….

SOPHIA

Este é o tempo
Da selva mais obscura
Até o azul se tornou grades
E a luz do sol se tornou impura
Esta é a noite
Densa de Chacais
Pesada de amargura
Este é o tempo em que os homens renunciam





Quando eu morrer voltarei para buscar
os instantes que não vivi junto ao mar

Oportunidade versus coerência

Vamos começar pela memória, porque esta gente detesta a memória, como todos os que vivem na oportunidade e não na coerência.
Miguel Sousa Tavares, Público 2/7/04

Recordemos os factos. a escolha de Durão Barroso para presidente da Comissão Europeia ficará sempre manchada pela suspeita. Dois primeiros-ministros em exercício (o do Luxemburgo e o da Holanda) recusaram o convite invocando compromissos já assumidos. Outros candidatos, considerados fortes, foram liminarmente chumbados… Por isso, há nesta escolha de Durão uma grande suspeita. É escolhido não pelo mérito, mas pela conveniência. Mas nem isso lhe serviu de vergonha.
Barroso mentiu-nos, dizendo que não era candidato. Comportou-se como um "boy for the job". Não conseguiu dizer que não a um convite tentador. Para ele foi a coisa melhor que lhe poderia suceder. O país pouco interessou na sua decisão. E agora, Margarida Sousa Uva, vamos seguir o cherne?
Desertou, deixando-nos a pior de todas as heranças: Santana Lopes. De quem afirmou, em 2000, no congresso de Viseu, que era um misto de “Zandinga e de Gabriel Alves”.
Vive-se, de facto, na oportunidade e a coerência já não importa.
O lugar que se ocupa é um trampolim para o próximo lugar. Aconteceu isso com Durão. Acontece com Santana. Cada lugar que ocupa é o trampolim para o lugar seguinte. Certamente que não vai deixar escapar esta soberana oportunidade para a sua triunfal caminhada para Belém.

01 julho, 2004

Euforia

Temos vivido, nos últimos tempos, momentos de uma euforia contagiante. Unidos em torno da selecção nacional e do brilhante desempenho que tem vindo a ter, sentimo-nos outros. Veja-se a alegria que tem inundado as ruas e as praças nestes últimos dias. Espantamo-nos connosco mesmo, pois não nos sabíamos tão fáceis de galvanizar e em tamanha dose.

WE ARE THE CHAMPIONS

Escrevo, a esta hora da madrugada, depois de comemorar a vitória sobre a Holanda, para dizer que agora, depois de tudo o que já passámos, não resta qualquer dúvida: somos mesmo campiões.Qualquer que seja o resultado do próximo domingo.

30 junho, 2004

Solidariedade e emoção

São 17h30. Assisto, via TV, à partida da selecção nacional para o Alvalade XXI, onde vai defrontar a Holanda. E não posso deixar de me emocionar. Há milhares de pessoas a apoiar a selecção, por terra, mar e ar. É um espírito solidário nunca visto. Assim, não há adversário que nos resista.
E se conseguísssemos esta mobilização para outras causas?

29 junho, 2004

Será possível?

Já estava toda a gente muito admirada porque isto estava a correr demasiadamente bem… Tinha mesmo que haver um percalço. Não é o facto de o Durão se pirar. Ele que vá, em boa hora e bem! Para ele e para aqueles que puderem lucrar com a sua ida – esperemos que nós. Mas o que avizinha como solução é que é tenebroso. Será possível que o Santana Lopes nos saia na rifa? Não queremos mesmo acreditar, pois não?
Para continuamos a ter o céu como limite, em termos de esperança futebolística, isto é o início de um mau presságio. Agora que a Holanda já estava no papo, e que só nos restavam os Checos...

25 junho, 2004

PORTUGAL



Tal como dizia ontem: a tradição já não é o que era. Lá aviámos mais uns. Ainda por cima os Ingleses...
Venham os próximos!

24 junho, 2004

A nova esfera armilar

“Cumpriu-se o mar e o império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal”

Fernando Pessoa, Mensagem

Há já muito que andávamos famintos de uma oportunidade para manifestarmos o nosso patriotismo. E, eis senão quando, o Euro nos entra pela porta dentro.
Por estes dias os estádios transformaram-se em novo campos de batalha e a bola transfigurou-se em esfera armilar.
Todos nos sentimos convocados. Dentro das quatro linhas, nas bancadas, em casa, nas praças ou nas ruas cada qual tem manifestado, a seu modo, o apoio à causa nacional.

Por estes dias vestimos adornos e vivências, há já muito bafientos no baú do nosso patriotismo: stress, alegria, expectativa, euforia, nervosismo, excitação, glória. Não é muito, mas tem sido o suficiente para nos sentirmos outros e acreditarmos na utopia.
Por estes dias redescobrimos a capacidade da emoção e a possibilidade de comungarmos uma causa comum.
Como é possível que a simples entrada de uma bola na baliza possa acarretar tantas e tamanhas consequências, gloriosas para uns e maléficas para outros?
Como é possível que o destino de um país esteja suspenso de uma simples bola e dos lugares que ela percorre?
Como é possível que necessitemos de tão pouco para nos tornarmos grandes?
O Euro 2004 veio demonstrar que não há países de primeira nestas andanças da bola. Que o digam os Espanhóis, os Italianos e os Alemães que, por estes dias, se têm sentido tão enxovalhados.
Hoje vamos provar aos Ingleses que a tradição já não é o que era.

20 junho, 2004

Auto-estima

Estou, ou melhor, está o país suspenso do resultado do jogo que mais logo vamos realizar contra a Espanha. Falta pouco mais de uma hora para a “mãe de todas as batalhas”…
Se dependesse exclusivamente do meu/nosso querer e determinação, certamente que os espanhóis levariam uma boa cabazada…. Mas há muitos quereres em jogo…Se isto fosse uma mera soma de vontades, os espanhóis levavam a melhor, porque são mais. Sabemos que a vontade ajuda, mas não é certamente tudo.
Impressiona a mobilização das pessoas. Respira-se um ar contagiado de optimismo exacerbado, de euforia contida e de solidariedade.
Aposto, apostamos todos na vitória. Ela é importante para a auto-estima que precisamos de cultivar.
O dia de amanhã – e o destino do país – dependem muito do resultado de hoje. Como é possível?
Sejamos merecedores dos nossos sentimentos.

19 junho, 2004

Teaching

Aqueles que se ocupam da educação e do ensino, deparam-se, anualmente, com a chegada do mês de Junho, com uma ambiguidade de sentimentos.
Por um lado anseiam fervorosamente a chegada desse mês porque isso significa o fim do ano lectivo e o correspondente alívio que isso implica, em termos laborais. Lidar, quotidianamente, com jovens adolescentes é uma árdua tarefa.
Por outro lado - alguém lembrou, e bem, que “to teach is to touch a personal life forever" - no ciclo de relações que se estabeleceram durante um ano lectivo, com alunos e com colegas, instala-se um sabor de saudade, de nostalgia. Há um sentimento de perda em alguns dos laços que se criaram durante o ano. Porque há perdas que são irreparáveis...

07 junho, 2004

Um outro olhar sobre a terra


"A Terra vista do céu"
É este o nome que tem a exposição fotográfica que se encontra na Praça do Comércio (já agora um parêntesis para dizer que fica mesmo bem aquela esplanda em plena praça!), da autoria do francês Yann Arthus-Bertrand.
São fotografais absolutamente espectaculares. A não perder mesmo.
Fica o link para o site, onde é possível ver muitas mais fotografias do que as que estão nesta mostra.
Para aperitivar ficam três imagens.

06 junho, 2004

Futebolada


Sob o pretexto do encerramento do ano lectivo realizou-se, no passado dia 4, uma jogatana de futebol entre professores e alunos (10º K e João Flávio do 11º I).
Os professores ganharam por 6-4. Marquei três golos.

26 maio, 2004

O escândalo

O número é absolutamente astronómico, face aos valores com que estamos habituados a lidar no nosso quotidiano. Refiro-me ao magro salário do novo director do fisco, que vai passar a receber a módica quantia de 23480 Euros mensais.
Com um ordenado destes só pode ocorrer uma verdadeira revolução ao nível do fisco.

23 maio, 2004

Posturas e "pecados"

Completam-se, lá mais para o final do ano, três anos em que decidi divorciar-me do tabaco. Ainda sinto, por vezes - apesar da distância que me separa desse tempo de fumador - uma enorme vontade de “pecar” . Escrevo a palavra e não posso deixar de me admirar com ela, pois não faz parte do meu vocabulário, na minha relação com as pessoas e as coisas.
Por vezes é mesmo assim: assumimos, na nossa vida, posturas, atitudes, iniciativas, porque achamos que são as mais correctas, mas custa-nos imenso mantê-las. Apetece-nos imenso “pecar”… A gestão deste equilíbrio é, simultâneamente, trágica e sedutora. Porque somos humanos.

16 maio, 2004

Uma pedra...

"No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra."


Carlos Drummond de Andrade

12 maio, 2004

Fronteiras

Nem sempre é fácil estabelecer fronteiras entre perspectivas e modos de ser e de estar...como: formal/informal, frio/quente, íntimo/distante, próximo/longínquo, etc, etc...
Por vezes, não é possível escolher um dos lados. Por isso, coabitam os dois.
É estranho, mas não temos que nos sentir, necessariamente, mal com isso.

09 maio, 2004

Mistérios

“Conseguiu desvendar o mistério das coisas.” São palavras de Ferreira de Castro sobre Almada Negreiros.
El alma de Almada el impar. Obra gráfica 1926-31” é o nome da exposição patente no palácio Galveias. A merecer uma visita.
O Luís Gaspar, um dos comissários da exposição, comentava: “ainda não veio cá ninguém da Câmara”. Um autêntico mistério - que nem o Almada desvendaria!

08 maio, 2004

What a wonderful world

Um outro olhar sobre o mundo ....e sobre a vida:

"I see trees of green, red roses too
I see them bloom for me and you
And I think to myself what a wonderful world.

I see skies of blue and clouds of white
The bright blessed day, the dark sacred night
And I think to myself what a wonderful world.

The colors of the rainbow so pretty in the sky
Are also on the faces of people going by
I see friends shaking hands saying how do you do
They're really saying I love you.

I hear babies crying, I watch them grow
They'll learn much more than I'll never know
And I think to myself what a wonderful world
Yes I think to myself what a wonderful world."
Louis Armstrong

07 maio, 2004

Adversidades

A vida, costuma dizer-se, por vezes, é madrasta. Presenteia-nos com coisas, nada boas, das quais não nos julgamos merecedores. Não compreendemos a razão de ser de tais “presentes”. Não aceitamos que tenhamos que ser nós “os eleitos” da pouca ou da menos boa sorte.
Por isso, a nossa revolta é imensa, do tamanho da nossa incompreensão. E é legítima a nossa indignação.
Ao longo desta semana convivi com adversidades de diferentes tipos. E não foi nada fácil lidar com isso. Porque as palavras, os gestos, as atitudes que consegui partilhar me pareceram infinitamente pouco. Que foram.

06 maio, 2004

Lições de vida

O ELO SOCIAL é uma Associação para a Integração e o Apoio de Deficientes Jovens e Adultos. Desenvolve um trabalho notável e presta alguns serviços.
Há já alguns anos que tenho vindo a prestar, em regime de voluntariado, apoio informático a esta instituição. É um trabalho que faço com muito gosto.
O ano passado foi a primeira vez que estive presente nos Jogos da Primavera. Hoje voltei a estar presente nesse evento que teve, desta vez, como lema “Rock in Elo”.
A participação e a presença são muito diversificadas: associações semelhantes que vêm de todo o país, escolas, forças sociais, instituições. Logo aí nos espanta o modo como uma instituição desta natureza mobiliza pessoas, e se relaciona com os que lhe são mais próximos. De tal modo que dei comigo a comentar para o Fróis: “As escolas nunca hão-se conseguir fazer nada com esta dimensão!”
Depois há uma atmosfera de festa que é contagiante. Há nos rostos daquelas pessoas, a maior parte das quais deficientes, uma alegria de vida absolutamente invejável.
Fico a olhá-los e penso: às vezes não é necessário muito para se ser feliz.
Fica o link para o endereço do Elo Social.

05 maio, 2004

Uma janela aberta

Lembrei-me, hoje, deste poema do Paul Éluard:

Une fenêtre ouverte

La mort n'est jamais complète,
il y a toujours puisque je le dis
puisque je l'affirme
au bout du chagrin
une fenêtre ouverte
une fenêtre éclairée.
Il y a toujours un rêve qui veille,
désir à combler,
faim à satisfaire,
un cœur généreux
une main tendue
une main ouverte
des yeux attentifs
une vie, la vie à se partager.

04 maio, 2004

Para a Vanda

"No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto."
Álvaro de Campos

Se fosse possível emoldurar-te com alguns adjectivos eram certamente estes que escolheria para ti: efémera, tímida, genuína e simples. São, certamente, suficientes.
Retenho, na noite da tua partida, a inocência e a simplicidade que tão bem se conjugavam na tua imagem.
Fica bem.

02 maio, 2004

O dia delas

Não podia deixar acabar este dia sem uma palavra para elas. Elas que são mães, elas que são mulheres.
E expressar todo a meu respeito e consideração por aquilo que, tão laboriosa e dedicadamente, só elas tão bem sabem fazer. Ainda bem.

Prazer e realidade

Bem... devo confessar que não tem havido literalmente tempo para "alimentar" o blog. Hoje, passei por aqui só para dizer que ainda estou vivo - e de que maneira! - e prometo voltar um dia destes com todo o tempo do mundo. Acreditem mesmo.
Gostava muito de continuar por aqui. Mas vou ter que zarpar para ir preparar uma reunião sobre - imaginem só - o combate ao insucesso escolar. Uma pessoa mete-se em cada uma!!!
Até breve. Eu volto.

27 abril, 2004

Webalbum

Hoje foi dia de começar a organizar o webalbum
Já estão disponíveis as primeiras fotografias. E, quem diria, comecei pelas oliveiras...
Nos próximos dias haverá mais...
Por isso, sigamos - não o cherne, como diria a Margarida Uva parafraseando o O'Neill - mas o link .

Sonhar

"Eles não sabem que o sonho
é uma constante da vida..."

António Gedeão

Sonhar é uma forma de pensar...

25 abril, 2004

O meu 25 de Abril


"Não discutimos Deus e a virtude. Não discutimos a Pátria e a sua história. Não discutimos a Autoridade e o seu prestígio."
António de Oliveira Salazar

A notícia chegou já tarde, próxima daquela hora do crepúsculo em que o pôr-do-sol tinha por hábito acariciar o rio Geba, proporcionando-nos fins de tarde únicos, excessivamente esplendorosos: “tinha acontecido um golpe militar em Portugal e o governo tinha caído”.
O serviço militar tinha-me apanhado a meio de um atribulado curso de Filosofia e, numa gélida noite de Dezembro de 72, a notícia chegou abruptamente: mobilizado para a Guiné. Assim, no dia 25 de Abril de 74 eu não estava na cadeia, Manuel Alegre. Mas encontrava-me, certamente, no meu posto. Jabadá, algures no interior da Guiné, passou a ser um cárcere de uma outra natureza, a partir de Janeiro de 73.
Situada à beira do rio Geba, Jabadá era uma aldeia de tamanho médio. Na orla das tabancas, espalhavam-se, em espaços irregulares, os postos do aquartelamento. Era aí que vivíamos, com uma constante sensação de insegurança a escorrer-nos pelo corpo, pois sentíamos que a nossa vida se encontrava sobejamente desprotegida. E nem o invólucro criado pelas fiadas de arame farpado, que envolviam todo o perímetro do casario, atenuavam aquela sensação.

Naquela noite, cheguei junto do Silva, o capitão, e disse-lhe: “Não volto a sair para a mata. Para mim a guerra acabou.”
Naquele tempo, e com a nossa idade, não discutíamos Deus porque havia demasiadas coisas para viver, e ainda não tínhamos aprendido a ser ateus. Mas discutíamos, ao nosso modo, a Pátria e a Autoridade. Fomos apanhados, em plena flor da idade, por um sistema político que, para defender as então “colónias” portuguesas, enviava para África os seus jovens.
Tínhamos então 21/22 anos e nada havíamos feito para merecer tal castigo. A maior parte de nós possuía uma formação política absolutamente estéril. Pouco conseguíamos vislumbrar por detrás de siglas como MPLA, UNITA; PAIGC, etc. Mas, em matéria de Pátria, estávamos conversados: Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe, Angola, Moçambique, Timor não nos diziam absolutamente nada. Não eram a nossa terra, não eram - isso tínhamos a certeza - a nossa Pátria. Por isso, não podíamos nem tínhamos que as defender. Sentíamos que não era legítimo hipotecar a nossa vida por algo que não nos pertencia.
Assim, cada passo que se dava no interior da mata era vivido como um autêntico jogo de roleta e representava um passo a menos no regresso a Lisboa - como o pôde constatar o Malheiros. Na mata, à nossa volta, reinava uma intranquilidade constante que só podia ser colmatada com a proximidade do aquartelamento, apesar de toda a insegurança que aí vigorava. Mesmo os bombardeamentos de bazooka e morteiro de que, por vezes, éramos vítimas durante a noite, não conseguiam roubar-nos essa nesga de segurança e aconchego. O arame farpado ou um abrigo não eram meros adornos.
Mas as ordens de operações impunham-nos o constante patrulhamento da mata, com incursões em locais distantes situados no interior da floresta - ora de dia, ora de noite, ora dia e noite. O Terreiro do Paço e Bissau comungavam um mesmo desígnio: “acabar com os turras”.
Rapidamente intuímos que a nossa maneira de discutir a Pátria e a Autoridade era permanecer o mais próximo possível do aquartelamento, esquecendo as ordens de operações. Não estávamos ali para apanhar turras; muito menos para ganhar uma guerra, para ganhar medalhas, ou para ganhar o que quer que fosse. Salvar a pele e regressar sãos a casa eram o mote do nosso quotidiano. Por isso, fazíamos tudo o que pudesse salvar-nos, principalmente através do boicote das missões de que éramos incumbidos. O Silva, que coabitava connosco, - formado e promovido num daqueles cursos de aviário, que serviam para formar capitães de modo célere - não imaginava o que se passava, tão ciente estava de que comandava uma companhia composta por leais e dedicados oficiais e praças. E Bissau e Lisboa ficavam demasiadamente longe, para saberem o que se passava no terreno.
Senti, nessa noite, que o Silva tinha deixado de ser comandante da companhia quando ousei dizer-lhe: “não volto a sair para a mata”. Ele olhou-me com os seus tão característicos olhos esbugalhados, fez aquele trejeito de cabeça que nós tão bem conhecíamos (e que nos levou a apelidá-lo de “Tolinhas”) e disparou energicamente: “Mas não podes fazer isso! Ainda não recebemos ordens para acabar com a guerra”. Retorqui-lhe, num tom muito peremptório: “Para mim a guerra acabou!” – e virei-lhe as costas.
No dia 25 de Abril de 74 eu estava em Jabadá, na Guiné. Nesse dia, o pouco que soubemos sobre o que estava a suceder em Portugal, foi suficientemente grande para intuirmos o que se seguia. Nos dias seguintes as notícias foram chegando a pouco e pouco, clarificando as indefinições iniciais. A Revolução dos Cravos tinha mudado radicalmente o regime político. De facto, a guerra tinha acabado. E eu não voltei a sair para a mata.
Tínhamos conseguido sobreviver. O tão desejado regresso a casa estava assegurado.

23 abril, 2004

O regresso ao Peter


A ideia foi da Cristina. Mas foi o Ricardo que a formalizou através de e-mail. Assim, no ano passado, ainda mal tinha desabrochado a primavera, chegava às nossas caixas de correio mais ou menos isto:

Asssunto: TGIF
Texto: Às sextas feiras, a partir das 18h30, no Peter – ali mesmo à beiro rio – para dois dedos de conversa, acompanhados por uma cerveja ou um gin.
Thanks God it’s Friday (TGIF). É uma americanice, mas é mesmo assim.

Levámos a sério o convite e lá nos fomos encontrando, ao longo do ano, numa espécie de ritual de fim de tarde das sextas-feiras, que, com a chegada do Inverno, se interrompeu…

Hoje, estava um desses fins de tarde de pedir Peter. Não resisti e fui até lá.
O gin e a tosta mista continuam esplêndidos.
Ali, perante aquela vastidão de horizonte, todos os pensamentos são altamente permitidos…

Aqui fica o convite: às sextas, a partir das 18h30, no Peter. Quem puder aparece...quem não puder... pode estar em pensamento...

Fotografias e webalbum



Estive, à noite, a organizar fotografias. A pouco e pouco a ideia foi crescendo: vou ter que fazer um webalbum. Que é, neste caso da fotografia, uma maneira simpática de partilha. Ficam, para aperitivo, dois exemplares, dos Jardins Garcia da Horta...



Quando estava a tentar descobrir a nome desta flor só me lembrava de glicínia. Porque será? Depois pensei: mas é uma flor típica da Madeira... Lá tive que ir à Internet para descobrir o nome e, claro, encontrei. É como costumo dizer: "se existe, está na Internet!"
Aqui fica então a estrelícia, acompanhada de uma outra árvore florida - cujo nome desconheço, mas que hei-de descobrir - que tão bela companhia faz à Torre Vasco da Gama.

22 abril, 2004

Alterações ou mudanças?

Comecei por escrever isto: "há coisas que estão a mudar". Depois parei, fiquei a olhar fixamente o verbo mudar e pensei: "Não, é melhor escrever: há coisas que estão a alterar"... Haverá, de facto, diferença entre mudar e alterar? Veremos.
Há coisas que estão a mudar, repito. Umas são menos visíveis que outras. Mas, nem por isso, menos importantes. Porque a visibilidade das coisas não é certamente um bom critério de medição...do seu valor.

Mas, é mais fácil falar de mudanças visíveis. Passei a fazer a pé uma parte do trajecto para a escola. Saio de casa, e vou, à beira rio, até ao metro na Gare do Oriente. Eu e a minha inseparável máquina fotográfica. Deixo aqui duas molduras do que hoje encontrei pelo caminho.
Àquela hora - seriam certamente umas 9 horas, mas não estou certo disso - o rio tinha uma serenidade altamente perigosa... À minha volta um enorme espaço vazio…Caminhava e não tinha pressa de chegar... Apetecia quedar-me ali eternamente...

Em relação à escola decidi (bem, não tenho a certeza se é uma decisão!) que vou passar a abandoná-la mais cedo. As 13h30 são o limite da minha permanência. Mas não é fácil fazer isso, como hoje se constatou...

E.. ainda a propósito de mudanças... também vou cortar o cabelo...


21 abril, 2004

Uma outra música

Nesta semana, que precede o dia 25 de Abril, resolvi pôr no intervalo das aulas uma outra música: Zeca Afonso e Adriano. Os alunos têm refilado...Mas também têm que se familiarizar com outros sons.
E hoje, durante um dos intervalos, ainda houve um bocadinho de Sérgio Godinho...

20 abril, 2004

Saudades de mim

"Perdi-me dentro de mim
Porque eu era labirinto,
E hoje, quando me sinto,
É com saudades de mim."

Mário de Sá-Carneiro

Dúvida

Organizei, há já algum tempo, um CD de música. Tem uma camélia na capa. Chamei-o música variada porque lá dentro há Zeca Afonso, Madredeus, Rui Veloso, Sérgio Godinho, música brasileira, sul-americana... Tem música e letras de que gosto muito, que me dizem muito. São um pedaço de mim.... E gosto que gostem do meu CD...
Hoje, dia 19 de Abril, segunda-feira, quando, no final da tarde, regressava a casa, houve músicas/letras do CD que ganharam uma nova dimensão.

O Sérgio Godinho dizia:
“Hoje é o primeiro dia
do resto da tua vida…”
E os Madredeus:
“Ai que ninguém volta
ao que já deixou…”

Cheguei a casa e senti uma imensa vontade de ir ver o rio. E fui, pois ele fica mesmo aqui à minha beira. Encontrei-o excessivamente nublado e pardo, como aqui se documenta. E pensei: é possível que tenha acabado a primavera?

19 abril, 2004

Pais e filhos

Estive a ler a entrevista que o Dani deu ao Expresso. Fi-lo não pelo Dani, de que mal me lembro, mas pelo Zé Carvalho, o pai, velho colega de curso e de outras andanças.
Diga-se que foi um texto que me incomodou. Ao lê-lo, pensei muitas vezes no Zé a na Luísa, nas alegrias e nas tristezas que aquele filho já lhes deu....

17 abril, 2004

Estou de volta

Cheguei, depois de um périplo por terras nacionais.
Viajei acalentado por sonhos, desejos e esperanças, que amenizaram estes dias primaveris. No regresso, tinha os plátanos da minha rua, que por sinal se chama Rua Ilha dos Amores, todos de verde cobertos.