Vamos começar pela memória, porque esta gente detesta a memória, como todos os que vivem na oportunidade e não na coerência.
Miguel Sousa Tavares, Público 2/7/04
Recordemos os factos. a escolha de Durão Barroso para presidente da Comissão Europeia ficará sempre manchada pela suspeita. Dois primeiros-ministros em exercício (o do Luxemburgo e o da Holanda) recusaram o convite invocando compromissos já assumidos. Outros candidatos, considerados fortes, foram liminarmente chumbados… Por isso, há nesta escolha de Durão uma grande suspeita. É escolhido não pelo mérito, mas pela conveniência. Mas nem isso lhe serviu de vergonha.
Barroso mentiu-nos, dizendo que não era candidato. Comportou-se como um "boy for the job". Não conseguiu dizer que não a um convite tentador. Para ele foi a coisa melhor que lhe poderia suceder. O país pouco interessou na sua decisão. E agora, Margarida Sousa Uva, vamos seguir o cherne?
Desertou, deixando-nos a pior de todas as heranças: Santana Lopes. De quem afirmou, em 2000, no congresso de Viseu, que era um misto de “Zandinga e de Gabriel Alves”.
Vive-se, de facto, na oportunidade e a coerência já não importa.
O lugar que se ocupa é um trampolim para o próximo lugar. Aconteceu isso com Durão. Acontece com Santana. Cada lugar que ocupa é o trampolim para o lugar seguinte. Certamente que não vai deixar escapar esta soberana oportunidade para a sua triunfal caminhada para Belém.
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