"Na verdade, se temos jornalistas, câmaras e tempo de televisão para filmarmos horas seguidas a aldeola em Portimão onde terá sido assassinada uma criança, com a recolha das mais absurdas e inúteis declarações de populares indignados e prontos a fazer justiça pelas suas mãos, não temos uma comunicação social que dedique o mesmo tempo em relação aos escândalos dos que têm o poder, nomeadamente, político e que o utilizam de formas perversas, esquecendo-se que devem servir o bem-comum e não os interesses pessoais e das clientelas diversas.
Não seria interessante vermos as câmaras de televisão a esperarem a saída da ex-ministra de casa a caminho do seu duro e penoso trabalho na CGD? Recolher declarações da mesma sobre a forma como se sentiu no seu primeiro dia no novo local de trabalho? Se as instalações lhe agradaram? Se não foi demasiado "stressante"? Se tem ideias sobre as actividades que vai desenvolver? Quando pensa reformar-se?..."
Francisco Teixeira da Mota, in Público de 1/10/2004
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