26 fevereiro, 2010

Procuradoria é suspeita de ter alertado os visados do processo ‘Face Oculta’ de que estavam sob escuta



No dia 24 de Junho, o Procurador-geral da Republica foi informado pessoalmente das escutas. A partir desse dia, as conversas mudam de tom e há troca de telemóveis. Quem avisou os visados?


Mais achas


O lóbi das farmácias

As escutas interceptam Armando Vara a diligenciar ao mais alto nível para que o Conselho de Ministros fizesse decreto como o presidente da Associação de Farmácias exigia, avança a edição do SOL desta sexta-feira.

23 fevereiro, 2010

Base de dados sobre Portugal Contemporâneo



Aqui

Chama-se a Pordata e é um projecto da Fundação Francisco Manuel dos Santos. É uma base de dados com estatísticas sobre os vários sectores da sociedade Portuguesa. É gratuita e estreou-se hoje na Internet.

António Barreto, responsável pelo projecto, lembra que a Pordata pretende pôr em prática a regra dos três cliques - precisamente o número de vezes que um urtilizador terá de tocar nas teclas do rato para cruzar variáveis, produzir gráficos ou estimar variações a partir dos dados fornecidos "em bruto" pela nova base de dados estatísticos.

O portal que já está disponível para consulta contempla ainda as pesquisas por temas, sectores e intervalos temporais ou aritméticos.

Desastres humanos


Pedro Lomba, Público

Um país tem obrigação de se conhecer a si próprio. Ainda por cima, sendo velho de carga e experiências como nós somos. Já conhecemos de ginjeira as nossas condições geográficas e climatéricas para nos deixarmos enganar tão facilmente pela natureza. Deveria ser ao contrário. Não era a natureza que, ingrata, deveria estar a enganar-nos; nós é que deveríamos estar preparados para a fintar.

É mais ou menos aquilo que acontece a um homem de idade que, conhecendo com exactidão aquilo de que padece, persevera nos mesmos erros. Portugal é esse ser ancião. Se quiser, pode perfeitamente tirar da algibeira uma lista dos desastres maiores que lhe aconteceram no último século, para perceber melhor as suas vulnerabilidades. Sabendo os riscos a que está sujeito, poderia igualmente poupar-se mais.

Porque a natureza que temos é também a que sempre tivemos. Portugal não é como aqueles países desgraçados que todos os anos precisam de artes elaboradas para se protegerem contra vulcões, monções e tufões cada vez mais imprevisíveis. A natureza portuguesa, talvez por ser portuguesa, concede-nos o privilégio de ser pacífica e respeitadora. Quase não damos por ela. Não incomoda. Se tem dias, tem-nos muito espaçadamente. Aí, conforme aconteceu na Madeira, rebela-se e pode fazer estragos a sério.

É por ser tão essencialmente previsível que a natureza portuguesa não é de fiar. Corremos sempre o risco de andar distraídos se confiarmos nela em demasia. Os lisboetas e os algarvios vivem sob a ameaça de sofrer um tremor de terra e um maremoto que mais dia, menos dia pode dar cabo deles. As cidades costeiras e de baixa altitude são permeáveis à ocorrência de cheias e inundações. As ilhas atlânticas são naturalmente mais vulneráveis a intempéries e ao mau ordenamento do território.

Desconheço se a tempestade que assolou a Madeira poderia ter sido antecipada e não foi; nem se os seus danos poderiam ter sido minimizados. Também não é a altura certa para apurar responsabilidades e responsáveis, se é que eles existem.

Só estou a lembrar que temos de aprender a enganar a natureza. Existem cada vez mais formas e métodos científicos para o podermos fazer. Temos de investir nisso. A natureza portuguesa, apesar de traiçoeira, não é assim tão esperta. Não é tão esperta como nós. Devemo-lo às vítimas do desastre madeirense.

Ao mesmo tempo, na República começaram as hostilidades presidenciais. Fernando Nobre, o mais recente candidato às eleições do próximo ano, largou este comentário ontem em entrevista ao i: "Não podemos ter um senhor que foi durante 34 anos deputado do PS, vice-presidente da Assembleia da República indicado pelo PS, que pertence a um partido de que continua a ser deputado, diga que quer dinamizar um movimento de cidadania."

Quem pensava que as eleições à esquerda iriam ser Manuel Alegre e ponto final, enganou-se absurdamente. Já se percebeu que Alegre não cria o consenso nas esquerdas. Pior: que Alegre se precipitou na apresentação da sua candidatura, arrastando consigo o Bloco de Esquerda. O estado difícil de Sócrates também não o ajuda. Em circunstâncias normais, Alegre deveria ter comentado as suspeitas sobre a conduta do primeiro-ministro no caso TVI. Precisando do PS e de Sócrates, opta por manter o silêncio.

Bem sei que muita água ainda irá correr pelas pontes. Para começar, as águas são turvas. Estranhamente, sobre o melhor candidato que a esquerda e o centro-esquerda poderiam apresentar nas próximas presidenciais - Jaime Gama - e o único que talvez ameace Cavaco Silva, ninguém ainda disse uma palavra.

22 fevereiro, 2010

Madeira: a fúria da natureza e os desvarios humanos






Parque Escolar adjudicou 35 milhões em obras a empresa que tinha sido dirigida por um dos seus administradores



Nos últimos meses, a Parque Escolar adjudicou as obras em três escolas da Zona Centro a um consórcio constituído por duas empresas de construção civil de Braga. Uma das parceiras, a Britalar, foi durante seis anos dirigida por um dos administradores da empresa pública. O valor global dos contratos ascende a 35 milhões de euros.

21 fevereiro, 2010

O PS que fique ciente


Vasco Pulido Valente, Público

O primeiro-ministro, por estranho que pareça, anda em campanha no seu próprio partido. Já reuniu o Secretariado Nacional, a Comissão Nacional e o grupo parlamentar; e vai reunir a também os "companheiros de caminho" das "Novas Fronteiras". Tudo isto é mau sintoma: é o sintoma de que ele começa a perder a confiança da gente a que deve o poder. Mas, como de costume, Sócrates fez de mais. Esta despropositada reafirmação de autoridade não o fortalece. Pelo contrário, revela pública e dramaticamente a sua fraqueza. Claro que será sempre apoiado por órgãos que ele mesmo em grande parte formou e que ninguém vai dizer agora o que, de facto, pensa. Quem está contra ele, não levantará um dedo até o ver perdido. Por enquanto, espera em silêncio e segurança atrás da "lealdade" à seita: uma desculpa inatacável.

Tanto para fora como para dentro, o exercício é frívolo. Principalmente, porque Sócrates nem sequer escondeu a sua verdadeira preocupação: a hipótese (de resto, longínqua) de que o PS, com a cumplicidade de Cavaco, o substitua como primeiro-ministro, continuando no Governo. Fora as piedades da praxe sobre a urgência de pensar nos genuínos "problemas" do país (por outras palavras, de não pensar, nem discutir os sarilhos em que ele alegadamente se meteu), a mensagem desta peregrinação às fontes é muito simples: suceda o que suceder, "o líder sou eu". Sócrates nunca se afasta da sua pessoa e do seu destino, que evidentemente confunde com a pessoa e o destino dos portugueses. Não lhe serviu de emenda o desastre a que essa obsessão pouco a pouco levou.

Foi o ilimitado ego que Deus lhe deu que o provocou a uma guerra com os média, inteiramente nociva e desnecessária. E que, no fundo, explica o desprezo e a fúria com que trata o mais leve obstáculo à sua vontade. Na gabarolice simplória de provinciano como no desrespeito pela oposição, no insulto imperdoável e gratuito como na fantasia de que é uma pura vítima da mentira e da calúnia, há invariavelmente um ponto comum: a ideia de que Sócrates não é comparável à multidão de metecos da política indígena. Que um belo dia os metecos se fartassem dele não lhe passou pela cabeça; e muito menos que pedissem um socialista qualquer mais suportável para o lugar dele. Ele é o líder, o líder sem substituto concebível. Ele é o único Sócrates de Portugal e do universo. O PS que fique ciente

Nova versão do ECD



O Governo entrega quarta-feira aos sindicatos uma nova versão do projecto de alteração ao Estatuto da Carreira Docente (ECD), mas não se comprometeu a traduzir nesse diploma alguns dos aspectos acordados ...

20 fevereiro, 2010

Deputados franceses sem acesso a sites pornográficos


Os deputados franceses estão impedidos de navegar em sites pornográficos nos computadores da Assembleia Nacional.

Os responsáveis pelo sistema informático do parlamento francês activaram um filtro, tendo os parlamentares sido informados através de um comunicado interno onde se pode ler que o principal objectivo é impedir o acesso a sites com conteúdos "ilícitos e perversos" e susceptíveis de alojar vírus informáticos.

19 fevereiro, 2010

Por qué no te callas?




Taco-a-taco



Depois de vários insultos e assobios, o ex-primeiro ministro espanhol perdeu a paciência e respondeu na mesma moeda a um grupo de estudantes da Universidade de Oviedo.

17 fevereiro, 2010

Projecto Encontros



O projecto ENCONTROS percorreu Moçambique com a apoio do Programa INOV-ARTE, dgARTES e da Unesco. Durante 8 meses viajei por Moçambique com uma mochila cheia de livros em branco, que foram pouco a pouco ganhando vida. Desenhei um projecto de literacia comunitária com base na ideia que a experiência de construir um livro (literalmente) com a nossa história de vida fornece-nos mais ferramentas para entendermos quem somos e o mundo que nos rodeia. Em algumas situações limite ajuda a sobreviver: treinando competências cognitivas que podem ser determinantes no desenvolvimento social e económico de comunidades muito pobres. A partir da ideia de planificação e de story board, todos os participantes trabalharam comigo num ritmo diário, recebendo um livro em branco, lápis, pincéis e tintas. A partir daí com uma grande liberdade de expressão, escreviam em português ou em línguas locais e ilustravam a sua história. No final, os livros eram apresentados à comunidade numa exposição/festa e passavam a pertencer uma “biblioteca comunitária”. Um dos lugares por onde passei e que mais marcou a minha “história” foi o campo de refugiados da UNHCR, em Nampula, com refugiados provenientes maioritariamente da República Democrática do Congo, Ruanda e Burundi (Margarida Botelho).

Vídeo no papel chega a Portugal


A possibilidade de ver vídeos com som em jornais ou revistas parece ser uma ideia saída de Hollywood, mas não é. Em breve será possível em Portugal ler uma publicação e encontrar um vídeo na página, graças a uma tecnologia denominada Video in Print (VIP) que vai agora ser lançada pela empresa Pixel em Portugal, que se torna um dos primeiros países na Europa a utilizá-la.

Os vídeos nas páginas dos jornais portugueses podem surgir ainda na primeira metade do ano.

Mais de 90 por cento de portugueses têm telemóvel


A taxa de penetração de telemóvel em Portugal ultrapassou os 90 pontos percentuais, revela um Barómetro de Telecomunicações publicado pela Marktest

De acordo com os dados divulgados pela empresa de estudos de mercado, no trimestre móvel de Dezembro de 2009, o número de portugueses com mais de 10 anos com acesso ao telemóvel rondava os 8,4 milhões.

O barómetro indica ainda que a penetração de telemóvel em Portugal é superior entre os jovens, onde atinge os 99 pontos percentuais na população com idades entre os 15 e 34 anos.

Também no intervalo etário anterior, que vai dos 10 aos 14 anos, a taxa de penetração de telemóvel é de 91 por cento.

YouTube com controlo parental


O YouTube adiciou uma nova funcionalidade ao portal, que tem como finalidade funcionar como um sistema de controlo parental, que bloqueará os conteúdos relacionados as temáticas escolhidas pelos utilizadores.

Quando o modo de segurança estiver activado as pesquisas efectuadas não darão resultados relacionados com as palavras-chave escolhidas, como «nudez» ou «sexo».

A introdução desta ferramenta é um a resposta dos responsáveis da rede social de vídeos às crescentes preocupações com o acesso quase ilimitado das crianças a conteúdos considerados inapropriados.

Refira-se que o Youtube já bane do portal os vídeos de pornografia, sexo explícito e violência.

Pequim exige anulação imediata do encontro entre Obama e o Dalai Lama



A China exigiu aos Estados Unidos a anulação imediata do encontro previsto para 18 de Fevereiro entre o presidente norte-americano, Barack Obama, e o Dalai Lama, o líder tibetano exilado, anunciou a agência noticiosa chinesa.

15 fevereiro, 2010

O fim



Rui Tavares, Público


Então é assim que Sócrates acaba.

Faz sentido. A imprensa foi sempre a sua grande fraqueza e - pelo menos após o "caso da licenciatura" - a sua grande causa de descontrolo emocional. Várias vezes ele foi prevenido, mas de nada serviu. E assim se perdeu.

Não gosto de ver isto acontecer. Tenho amizade por Sócrates - se é adequado escrevê-lo aqui, importa-me agora nada. Sócrates é de centro-esquerda, o que significa que estando eu muito à sua esquerda, significa também que ele não é completamente alheio à minha "família". Não retiro nenhum prazer da sua queda, e Zeus sabe como já me diverti a ver cair outros políticos. E, acima de tudo, sinto-me absolutamente exterior a uma agressiva arena feita de "anti-socráticos" para quem tudo vale desde que atinja em cheio o alvo do seu ódio e de "socráticos" para quem nunca se passa nada de errado, nada é irregular, nada se pode saber nem comentar. Nem esclarecer: se formalmente só há o "nada", como se pode esclarecer o nada?

Para uns nenhuma formalidade vale, para os outros só as formalidades valem.

Ouçam, uns e outros: eu não preciso de escutas - legais ou ilegais - para decidir sobre atos - legais ou ilegais - do primeiro-ministro. Nunca precisei. Quando critiquei o primeiro-ministro por causa da maneira como ele lidava com a imprensa, foi sempre até por causa de algo que ele tinha feito ou dito de forma inteiramente legal e legítima. E perguntavam-me: mas não tem um primeiro-ministro o direito de processar jornalistas ou a necessidade de exteriorizar a sua cólera quando se sente injuriado? Os processos ou os exabruptos contra jornalistas não são ilegais.

Mas há vários problemas, respondia eu. Nem tudo o que é legal é legítimo; nem tudo o que é legítimo é correto. Isto é verdade para o mais insignificante dos cidadãos, e muito verdade para um primeiro-ministro.

O primeiro e mais grave problema é que um primeiro-ministro dá ao resto da cadeia de comando - na administração, no seu partido e nas suas clientelas - o sinal de que é desejável assediar ou controlar a imprensa.

O segundo é que se tornam plausíveis todas as histórias sobre o primeiro-ministro e o desejo de controlar a imprensa. Para lá de todas as formalidades, as recentes especulações sobre uma rede em torno do primeiro-ministro, e com o objetivo de controlar a imprensa, são então isso: perfeitamente plausíveis.

E aí entra o terceiro problema. Uma história plausível não é nunca suficiente para condenar um cidadão, mas é mais do que suficiente para fazer um primeiro-ministro perder a confiança dos outros cidadãos.

Isto sempre foi uma possibilidade. E foi isto - cada um destes passos - que agora sucedeu.

Teoricamente, resta uma opção a Sócrates. Diz-se num parágrafo:

"Caros concidadãos: sem prejuízo da presunção de inocência das pessoas em concreto, quero repudiar aqui - no caso de se confirmar - a utilização do meu nome para quaisquer tentativas de compra ou controlo de grupos de media. Nunca dei, pessoalmente - sublinho, pessoalmente, já para não dizer política ou institucionalmente -, quaisquer indicações nesse sentido a Armando Vara, Paulo Penedos ou Rui Pedro Soares. Quaisquer diligências que eles possam ter feito com esse objetivo são gravíssimas e ilegítimas."

Se Sócrates não pode dizer isto - ou se em consciência sabe que não pode dizê-lo, o que deveria ir dar ao mesmo -, deve começar a preparar-se para não afundar consigo o seu partido, o seu Governo e o seu país.

Três quartos das escolas secundárias vão sair do património do Estado



Todas as escolas que estiveram, estão ou virão a estar em obras, no âmbito do programa de modernização dos seus edifícios tutelado pela Parque Escolar, vão deixar de integrar o património do Estado para passar a ser propriedade daquela entidade pública empresarial. Para já, está decidido que as obras, lançadas há três anos, abrangerão 332 das 445 escolas públicas de Portugal continental que têm ensino secundário, mas a intervenção poderá ser alargada a mais outras 38.

14 fevereiro, 2010

Foram adiados os novos programas de Português para o ensino básico


No próximo ano lectivo já não entram em vigor os programas de Língua Portuguesa dos 1.º, 2.º e 3.º ciclos. O Ministério da Educação decidiu adiar, uma vez que está prevista uma revisão curricular e a definição das metas de aprendizagem para o ensino básico.

13 fevereiro, 2010

Candidatos?


Vasco Pulido Valente, Público

Paulo Rangel anunciou anteontem a sua candidatura à presidência do PSD. Parece que se "antecipou" a José Pedro Aguiar-Branco, com que andava a combinar não se percebe o quê. O gesto foi considerado "deselegante" e não lhe trouxe qualquer vantagem, excepto uma entrevista de minutos em que não disse nada de original ou de consequente. Como Aguiar-Branco se vai declarar, ou já se declarou, e Pedro Passos Coelho já anda por aí em campanha, o PSD tem agora três putativos "chefes". É mau? Parece que não. Manuela Ferreira Leite, pelo menos, não acha. "Quantos mais melhor", disse ela, como se estivesse a vender bilhetes para uma sessão de circo e não acreditasse muito no espectáculo. Cá de fora tudo aquilo cheira a improvisação e a desastre.

Porque a verdade é esta: nenhum dos três - ou serão quatro? - artistas que se apresentam entusiasma ninguém. Nunca nenhum fez nada que o recomendasse para inspirar e unificar o partido; ou para, eventualmente (e com muito azar nosso), ser primeiro-ministro. Pedro Passos Coelho é um jovem simpático, produto da JSD, sem peso, prestígio e maturidade, com ideias confusas sobre o mundo e o país. Paulo Rangel passou pela direcção do grupo parlamentar, em que se distinguiu por uma oratória bombástica, à século XIX, e conseguiu depois ganhar uma eleição para o Parlamento Europeu. E Aguiar-Branco, um advogado do Porto, substituiu agora Paulo Rangel em S. Bento, com alguma competência, mas sem grande brilho. Por que razão qualquer deles se imagina destinado a pastorear a Pátria é um puro enigma.

Não representam uma política, uma causa, um movimento. Portugal não os pediu e a esmagadora maioria dos portugueses nem sequer os conhece. De resto, apareceram em cena um pouco ao acaso. Pedro Passos Coelho, porque era da "casa" e as "distritais" gostam dele (coisa que, para o cidadão comum, só o prejudica). Paulo Rangel, porque Sócrates, que detesta toda a gente, o detesta também a ele. E Aguiar-Branco, porque no meio da algazarra vigente conseguiu conservar uma certa suavidade e um módico de boas maneiras. Não é muito. E, pior ainda, manifesta o vácuo em que se tornou o PSD. Um candidato forte corria o risco de abanar e dividir o partido. Estas três nulidades, por mais "rupturas" que prometam, não correm o riso de perturbar o estado comatoso do PSD. São um sintoma, não são uma saída.

12 fevereiro, 2010

Buzz: Gmail torna-se rede social


A Google tornou o serviço de correio electrónico Gmail uma nova rede social, com a introdução de uma nova ferramenta que pretende rivalizar com o Facebook.

Denominada Google Buzz, a nova ferramenta está a ser incluída no Gmail e permite partilhar actualizações, fotografias, vídeos e aceder a serviços de mensagens instantâneas em tempo real com os contactos de e-mail, o que poderá ser uma aplicação para competir com o Twitter.

Outra das características do Buzz semelhante à das redes sociais é o facto de sugerir amigos ao utilizador do Gmail em função das mensagens trocadas e do histórico das conversas.

Segundo a Google a aplicação suporta a integração com outros serviços, como o Picasa, o Google Reader, o Flickr, o Blogger ou o Twitter.

Veja o vídeo com a apresentação da nova aplicação

Não, o que nos está a acontecer não é normal nem tolerável


José Manuel Fernandes, Público

Os casos recentes são apenas as últimas cenas de um pesadelo que se iniciou quando Armando Vara tutelava a RTP

A 25 de Junho de 2009, José Sócrates jantou com Henrique Granadeiro na casa de Manuel Pinho. O chairman da PT informou então o primeiro-ministro que a compra da TVI pela empresa de telecomunicações não se concretizaria. No dia seguinte, no Parlamento, Sócrates anuncia aos jornalistas que se vai opor a um negócio que, nessa altura, já não existia. Estranho? Não, como o mesmo Sócrates explicou quarta-feira: "Do ponto de vista formal, o Governo não foi informado."

Pronto, e assim está tudo resolvido. Do "ponto de vista formal" nunca nada aconteceu. A começar pelo conteúdo das escutas reveladas pelo Sol, pois o senhor presidente do Supremo Tribunal e o senhor procurador-geral entenderam não haver indícios de crime contra o Estado de direito nesses documentos.Logo esses documentos não existem. E tudo o resto quer-se fazer passar por "normal".

Ou seja, é normal que um ex-jotinha de 32 anos, Rui Pedro Soares, seja nomeado para a administração da PT e premiado com um salário anual de mais de um milhão de euros. É normal que esse "gestor" em ascensão trate com Armando Vara, um outro "gestor" de fresca data e socrático apadrinhamento, da compra da TVI pela PT e discuta com ele e com Paulo Penedos a melhor forma de afastar José Eduardo Moniz e acabar com o Jornal de Sexta. É normal que um jornal propriedade de um "grupo amigo" publique manchetes falsas para dar uma justificação política e económica à compra da TVI pela PT. É normal que seja depois esse "grupo amigo" a comprar a TVI beneficiando de apoios financeiros do BCP de Armando Vara e da PT. É normal que, na sequência dessa aquisição, Moniz deixe a direcção da estação e acabe oJornal de Sexta.

Se tudo isto é normal, também é normal que o BCP, que tinha uma participação no jornal Sol, tenha criado dificuldades de última hora à viabilização financeira daquele título, quando nele saíram as primeiras notícias sobre a investigação inglesa ao caso Freeport. Tal como é coincidência Vara já ser nessa altura administrador do BCP. Também será normal que o Turismo de Portugal tenha discriminado a TVI em algumas das suas campanhas - o mesmo, de resto, que fez com o PÚBLICO - e que o presidente desse organismo seja Luís Patrão, o velho amigo de Sócrates desde os tempos de liceu na Covilhã. Como normal será Mário Lino, ex-ministro das Obras Públicas, ter reuniões no ministério com Rui Pedro Soares quando o seu interlocutor natural é o presidente da PT. Como Lino disse à Sábado, é assim quando se conhece muita gente nas empresas. Como homem bem relacionado não se estranha que tenha recebido, de acordo com o Correio da Manhã, uma "cunha" de Armando Vara no âmbito do processo Face Oculta. No fundo é tudo boa gente.

Mas como todos estas factos padecem de várias "informalidades", passemos a eventos mais formais, que sabemos mesmo que aconteceram, que foram testemunhados e até deram origem a processos na ERC. Como o das pressões exercidas pelos assessores de José Sócrates para desencorajarem qualquer referência pelas rádios e televisões à investigação do PÚBLICO sobre as condições em que o primeiro-ministro completou a sua licenciatura. Como o de o Expresso, que rompeu o bloqueio e prosseguiu com a investigação, ter sofrido depois um "boicote claro" e "uma hostilidade total do primeiro-ministro", como escreveu esta semana o seu director, Henrique Monteiro. Ou como o das palavras ameaçadoras dirigidas por Sócrates a um jornalista do PÚBLICO por alturas do congresso em que foi eleito líder, em 2004: "Você tem de definir o que quer para a sua vida e para o seu futuro."

Excessos de quem ferve em pouca água? Infelizmente não. A actuação metódica e planeada sempre foram uma marca deste primeiro-ministro e dos que lhe são mais próximos no PS. Por isso, quando Vara teve a tutela da comunicação social, criou um monstro chamado Portugal Global que integrava a RTP, a RDP e a Lusa e nomeou para a sua presidência um deputado do PS, João Carlos Silva. Pouco tempo depois, caído Vara em desgraça, seria José Sócrates a conseguir colocar na RTP o seu amigo Emídio Rangel. Um favor logo retribuído: na noite eleitoral que se seguiu (e que determinaria a demissão de Guterres), os únicos comentadores em estúdio foram o próprio Sócrates e o seu advogado, Daniel Proença de Carvalho; e na curta travessia do deserto até ao PS regressar ao poder, Sócrates pôde ter, a convite de Rangel, um programa semanal de debate com Santana Lopes. Já primeiro-ministro apressou-se a propor um conjunto de leis - estatuto do jornalista, lei da televisão, lei sobre a concentração dos órgãos de informação - que se destinavam, segundo Francisco Pinto Balsemão, a "debilitar e enfraquecer os grupos privados" de informação - ou seja, os que não dependem do Governo.

E não, não é verdade estarmos apenas perante mal-entendidos, excessos pontuais ou uma mera má relação com as críticas: estamos face a uma forma de actuar autoritária e que não olha a meios para atingir os fins. Até porque o que se relatou é apenas a pequena parte do que temos vivido (vide caso Crespo).

Da mesma forma não existe nenhuma má vontade congénita dos jornalistas para fazer de Sócrates, como lamentou Mário Soares, o primeiro-ministro mais mal tratado pelos órgãos de informação. O que houve de novo foi Portugal ter como primeiro-ministro alguém que esteve várias vezes sob investigação judicial (por causa de um aterro sanitário na Cova da Beira, por causa do Freeport), cujo processo de licenciatura levantou dúvidas e que se distinguiu como projectista de maisons no concelho da Guarda. Isto para além de ter mostrado uma tal incontinência ao telemóvel que somou e soma dissabores em escutas realizadas noutros processos, como os da Câmara da Nazaré, da Casa Pia e, agora, no Face Oculta.

Ainda é possível achar que tudo é normal? Ou porventura desculpável? Só se estivéssemos definitivamente anestesiados.


World Press Photo 2009



Um grupo de mulheres grita em protesto a partir do telhado da sua casa nos dias seguintes ao anúncio dos resultados das polémicas eleições presidenciais no Irão.

A imagem é uma das várias tiradas pelo fotógrafo italiano Pietro Masturzo em Junho do ano passado em Teerão e foi considerada a melhor fotografia de 2009 pelo júri do World Press Photo.

11 fevereiro, 2010

FENPROF com sentimento de «frustração»



A Federação Nacional de Professores (FENPROF) manifestou hoje a sua «frustração» perante a inexistência de uma contraproposta da tutela para alterar os horários dos professores e acusou o Governo de desinvestir na Educação.

10 fevereiro, 2010

Jaime Gama preocupado com a credibilidade do primeiro-ministro



A divulgação das escutas está a afectar a imagem do primeiro-ministro e há dirigentes socialistas que começam a olhar para o líder como um problema.

Quando o navio se começa a afundar....

Um equilíbrio entre os factos e os interesses?


José Vítor Malheiros, Público

O que o lobby das petrolíferas pretende é lançar a dúvida entre os cidadãos sobre o aquecimento global.


Os meses que antecederam a cimeira do clima de Copenhaga, em Dezembro último, um jornalista que escrevesse num jornal de alguma importância coisas como a) "o planeta está a aquecer" b) "o aquecimento do planeta pode provocar uma catástrofe climática" ou c) "o aquecimento do planeta é em grande medida de origem humana" arriscava-se a ser objecto de uma verdadeira barragem de mails onde essas ideias eram contestadas, classificadas como resultado de investigação errada ou fraudulenta, identificadas como fazendo parte de uma conspiração anticapitalista e onde eram fornecidos links para sites que contestavam o aquecimento global.

A operação era demasiado generalizada, demasiado sincronizada e demasiado organizada para ser fruto do acaso. Era evidente que se tratava de uma operação de contra-informação global, estruturada e bem financiada. E, nos últimos meses, tem vindo a lume alguma informação sobre essa operação, referindo, por exemplo, o financiamento por parte de empresas como a ExxonMobil.

O objectivo destas operações não é apagar da mente dos cidadãos de todo o mundo o conhecimento que têm sobre o aquecimento global. O objectivo é apresentar o ponto de vista dos chamados "cépticos" como sendo tão válido como o ponto de vista consensual na comunidade científica, defendido pelo IPCC, e forçar os media a tratar ambas as perspectivas de uma forma "equilibrada", de forma a lançar a dúvida entre os cidadãos e a reduzir o apoio político ao combate ao efeito de estufa.

É normal que existam cientistas honestos cépticos quanto ao aquecimento global e/ou às suas causas. Mas esse facto não invalida o imenso consenso científico que existe no mundo sobre o efeito de estufa nem o imenso consenso social sobre a conveniência de o combater. E isto independentemente do que se pense da maior ou menor correcção da atitude deste ou daquele investigador ou até da existência de erros nesta ou naquela investigação particular - que, a existirem, devem ser naturalmente corrigidos. Apesar disso, porém, as provas são inúmeras e esmagadoras.

O lobby da contra-informação, no entanto, tem aqui a seu favor dois pontos de peso. O primeiro é a atitude de abertura que é base da cultura científica, que leva os investigadores a considerar com seriedade qualquer argumento que contrarie o consenso, por heterodoxo que seja. O segundo é a atitude dos media, onde os jornalistas especializados escasseiam e são cada vez mais pressionados a produzir prosa a metro e onde a competência tende a ser substituída por uma atitude mais "distanciada" e "profissional" (e menos arriscada) e que muitas pessoas confundem com "balanced reporting": citar A, citar B, lavar daí as suas mãos e deixar o leitor extrair as suas conclusões ou mergulhar na confusão total. É com base neste critério que há escolas e jornais que tratam o evolucionismo e o criacionismo como duas visões equivalentes do mundo. E o mesmo pode acontecer com o aquecimento global.

É evidente que não cabe aos media definir o que é a verdade científica do momento, mas o seu papel também não se pode resumir a citar as várias partes de uma discussão - principalmente quando essa discussão está viciada por interesses escondidos.

Os media devem produzir racionalidade e permitir que os cidadãos façam escolhas informadas - não contribuir para a cacofonia. Neste caso, a racionalidade passa por saber quem fala e quem paga a quem para dizer o quê. "Follow the money" sempre foi uma boa regra do jornalismo.

09 fevereiro, 2010

Dinamarca: Internet nos exames



Na Dinamarca está a testar-se, em algumas escolas, a possibilidade de os alunos usarem a Internet nos exames.

A notícia pode ser lida aqui

Alemanha contra o Google Street View



Os ministérios alemães do Interior e do Consumo declararam guerra ao serviço Google Street View, por considerarem que viola o direito à intimidade e à própria imagem dos cidadãos.

Petição pela liberdade


São na sua maioria autores de blogues. As suas simpatias políticas vão da esquerda à direita. Uniram-se para pedir esclarecimentos sobre o caso Face Oculta depois das revelações feitas pelo semanário "Sol". Lançaram uma petição pública “pela liberdade” e, quinta-feira, às 13h30, manifestam-se frente à Assembleia.

No manifesto, que pode ser lido aqui, começam por afirmar que “o primeiro-ministro de Portugal tem sérias dificuldades em lidar com a diferença de opinião”

Essa dificuldade, acrescentam, tem sido evidenciada ao longo dos últimos 5 anos, em sucessivos episódios, todos eles documentados”. “Desde o condicionamento das entrevistas que lhe são feitas, passando pelas interferências nas equipas editoriais de alguns órgãos de comunicação social, é para nós evidente que a actuação do primeiro-ministro tem colocado em causa o livre exercício das várias dimensões do direito fundamental à liberdade de expressão”, diz o documento.

A cábula de Sarah Palin





Regra dos 95




Acabei de ler e assinar esta petição online:

«REGRA DOS 95 (Idade+anos de serviço)»

http://www.peticaopublica.com/?pi=P2010N1158

Eu pessoalmente concordo com esta petição e acho que também podes concordar.

08 fevereiro, 2010

Internet: alunos plagiam cada vez mais para trabalhos escolares



As crianças e jovens recorrem cada vez mais à Internet para fazerem os trabalhos escolares. No entanto, o objetivo é sobretudo plagiar, não fazer pesquisas, alerta a investigadora Cristina Ponte, coordenadora do EU Kids Online Portugal.

06 fevereiro, 2010

Internet entre os candidatos ao Prémio Nobel da Paz



Depois da surpresa de 2009, quando o Comité do Nobel atribuiu o galardão da Paz a Barack Obama, 2010 poderá vir a ter outro nomeado não menos surpreendente: a Internet. A rede global foi proposta para as nomeações pela versão italiana da revista Wired.

Cravinho diz que políticos estão no centro da corrupção grave


O ex-ministro socialista João Cravinho afirma que «o centro da corrupção grave em Portugal» está «no sector político». «Isso é o grande problema que nós temos pela frente», declarou o autor de um pacote anti-corrupção recusado pelo Governo.

É sempre bom lembrar!

04 fevereiro, 2010

Grupo no Facebook para apoiar Mário Crespo



É um fenómeno incontornável: as redes sociais estão cada vez mais na moda. O exemplo mais recente é o "Grupo de Apoio ao Jornalista Mário Crespo".

Este grupo, criado na sequência da polémica crónica do jornalista sobre um conversa que o primeiro-ministro José Sócrates teria tido, já conta com mais de dois mil fãs.

Paralelamente, há o grupo "Sócrates: Deixa o Mário Crespo em paz!!!" que conta com quase mil fãs.

Parquímetros electrónicos estreiam em Lisboa na próxima semana







02 fevereiro, 2010

Professores pedem revisão urgente do Estatuto do Aluno



Movimentos independentes e sindicatos de professores defenderam hoje que será cada vez mais difícil manter a ordem nas escolas sem uma alteração urgente ao Estatuto do Aluno em matéria de acção disciplinar, faltas e provas de recuperação.

01 fevereiro, 2010

Postais de Maputo



O Alexandre Pomar colocou no seu blog os postais de Maputo que o meu amigo Luís Abélard costuma enviar daquelas paragens.

Partilho convosco essas belas obras.


Ministro assume falhanço redondo nas previsões das contas públicas


O ministro das Finanças assumiu hoje na Assembleia da República que se enganou nas previsões das contas públicas, mas negou que houvesse a intenção de enganar o público.

“As previsões falharam redondamente em todo o lado e não foi porque houvesse intenção de enganar”, disse o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos.

Ministros de aviário...