No Público de hoje, Miguel Gaspar perspectiva assim as consequências do estado a que se chegou:
"Maria de Lurdes Rodrigues não tem condições para continuar. O problema é que agora José Sócrates não tem condições para a demitir. Foi tudo parar a um beco sem saída
(...)
Os professores explicaram alto e bom som que nenhuma reforma podia avançar quando mais de metade de uma classe desceu à rua. Se continuar, a ministra já não tem poder nem legitimidade.
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José Sócrates bem podia, no domingo, fazer a sua profissão de fé em nome da "razão" e contra os "números". Sabe que houve um momento em que devia ter negociado mas preferiu esticar a corda além do limite. Sabe que perdeu o braço-de-ferro e não o pode admitir. Perdeu ele e perdeu a educação, que ficou irreformável no curto prazo.
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Os professores legitimaram a sua posição de forma inequívoca. A opinião pública percebeu que eles não podem continuar a ser tratados como até aqui. Mas há um perigo. A vitória foi demasiado esmagadora. Por isso, pode embriagar e corre o risco de se diluir noutros protestos".
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