Pacheco Pereira, na sua declaração de voto, respondeu às duas perguntas que estiveram na base do inquérito: se o Governo interveio ou não no processo e se Sócrates mentiu ao Parlamento.
"Sim, houve participação governamental (em particular com origem no primeiro-ministro e executada por quadros do PS colocados em posições cimeiras em empresas em que o Estado tem qualquer forma de participação directa ou indirecta) numa tentativa de, em ano eleitoral, controlar vários órgãos de comunicação social, nomeadamente a TVI".
"Sim, o primeiro-ministro sabia, foi informado pessoalmente do que se passava e, por via indirecta, conhecemos indicações suas sobre o modo como os executantes deviam proceder. E, por isso, mentiu ao Parlamento. Ele não queria ter a fama (de controlar a comunicação social), sem ter o proveito (de a controlar de facto) e procedeu e permitiu que procedessem em consequência, conforme as suas intenções publicamente anunciadas no congresso do PS."
Relatório foi aprovado pelo PSD, CDS, PCP e BE. O PS votou contra. E o presidente da comissão, Mota Amaral, absteve-se.
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