O Sindicato dos Inspectores da Educação e do Ensino contesta as palavras do deputado socialista Manuel Alegre que condenou a acção da Inspecção-Geral da Educação (IGE), no caso da Escola Secundária de Fafe.
Ontem, Alegre disse que “a ser verdade”, os interrogatórios a alunos maiores de 16 anos daquela escola, que se manifestaram contra o estatuto do aluno atirando ovos contra o carro da ministra da Educação, são “um atentado à liberdade, ao espírito da escola pública e à constituição”.
José Calçada, presidente do sindicato declara que “é profundamente triste que um deputado preste aquelas declarações”. A ideia de que “a IGE é pidesca só se percebe por desproporção da realidade”, defende. “A PIDE não era isto, era bem pior e é ilegítimo dizê-lo, mesmo que o inspector não tenha tido o melhor comportamento. O maior perigo é vulgarizar a PIDE”, afirma.
Contudo, o dirigente sindical admite que a IGE está a mudar a filosofia que mantinha até há poucos anos: “A IGE tinha um papel mais pedagógico, preventivo, profiláctico, de acompanhamento às escolas e não uma acção repressiva ou terapêutica. É verdade que esse tom tem vindo a ser alterado, no sentido de ser mais burocrático”. José Calçada lamenta que os inspectores sejam poucos, cerca de 150 para todo o sistema educativo, do pré-escolar ao secundário; e que o contacto com as escolas se tenha perdido. “Agora vai-se às escolas por encomenda da tutela.”
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