30 maio, 2006

A avaliação dos professores

Foi divulgada a proposta do ME sobre a revisão do estatuto da carreira docente. Falou-se muito das alterações ao sistema de avaliação do desempenho dos professores. A participação dos pais/encarregados de educação e dos resultados dos alunos no processo de avaliação tem sido o tema mais glosado nos últimos dias. Com demagogia qb.

Os sindicatos dizem que o Ministério da Educação comprou uma guerra. Estavam mesmo a precisar de argumentos desta natureza para animarem as suas hostes...

Sou simultâneamente professor e encarregado de educação. Nesta última qualidade conheço de perto algumas "barbaridades" de que as minhas filhas são vítimas. Que são perpetradas por supostos professores. E sobre os quais gostava que me fosse dada a possibilidade de me manifestar, em relação ao mau desempenho que prestam... A questão é que não estamos todos no mesmo barco: nem todos acompanhamos do mesmo modo o percurso dos nossos educandos. E isso parece-me muito mais importante do que a eventual participação, na escola, em três ou quatro reuniões anuais. Essas reuniões, de um modo geral, pouco nos dizem sobre o que são os professores, como trabalham e qual o seu real desempenho. Os indícios têm que ser encontrados noutros locais...e por outras vias... Porque a participação dos pais na vida da escola é um singelo eufemismo....

Pelos vistos ficou muita gente amedrontada com esta suposta participação dos pais na avaliação dos docentes. Quem não deve não teme, não é? Afinal quem tem medo de quê e de quem? Pela parte que me toca não vou ter as noites menos tranquilas....

O mais estranho é que sobre as coisas que são verdadeiramente gravosas nesta proposta não se fale. Exemplos: a existência de cotas quer para profesores titulares, quer para as menções de excelente e muito bom; o aumento do horário da trabalho para os professores do ensino secundário; a diminuição do número de horas de redução da componente lectiva (de 8 para 6) e a entrada em vigor somente aos 50 anos, assim como um sistema de avaliação anual (como se fosse possível avaliar anualmente 150.000 professores; é o desnorte completo!!!), etc, etc...

5 comentários:

Anónimo disse...

Tem toda a razão - parece que todos se esquecem e em especial os interessados - porfesssores - que há muito mais em jogo para além da eventual avaliação feita pelos Encarregados de Educação. Parabéns por estar atento. São muito poucos os que mostram terem lido a proposta do ministério.. Professor

Gonçalo Simões disse...

Parece que já se percebeu que esta suposta Ministra veio para fazer estragos, para fazer a chamada política da terra queimada.
Outro ou outra lhe sucederá para colher os "frutos silvestres".

Anónimo disse...

O essencial mesmo é questão das cotas para progressão na carreira, que transforma a dita carreira num jogo de probabilidades. (mas também gosto de falar de pormenores: nada, mas nada, justifica um horário reduzido para quem lecciona secundário - se as coisas são para levar a sério, ensinar ao básico exige tanta ou mais preparação e de certeza muito mais desgaste)

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